Preço do ovo dispara e preocupa supermercados e consumidores
Preocupações aumentam com os sucessivos aumentos e os reflexos da Quaresma na demanda.
- Data: 16/02/2025 10:02
- Alterado: 16/02/2025 10:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
O aumento acentuado nos preços dos ovos tem gerado preocupações significativas entre supermercados, feirantes e consumidores, com a alta sendo registrada diariamente nas regiões produtoras. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) destaca que essa valorização começou a se intensificar na segunda quinzena de janeiro.
Motivos para a alta nos preços
Dentre os fatores que têm impulsionado esse aumento, observa-se que muitos consumidores têm optado pelos ovos de galinha como alternativa às carnes, que se tornaram mais caras. Adicionalmente, a proximidade da Quaresma, que este ano ocorrerá de 5 de março a 17 de abril, tradicionalmente aumenta a demanda por ovos, uma vez que muitas famílias evitam o consumo de carne vermelha durante esse período.
Em nota, Marcio Milan, vice-presidente da Abras, declarou: “As empresas iniciaram a programação para abastecimento das lojas visando atender à demanda sazonal da Quaresma. No entanto, as restrições na oferta e os sucessivos aumentos de preços estão causando preocupação nos supermercados. Além disso, a alta nos preços de outras proteínas fez com que os consumidores recorressem mais aos ovos de galinha”.
Dados divulgados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da USP revelam que o preço dos ovos no atacado atingiu o maior nível histórico em termos nominais desde o início da série em maio de 2013. Na cidade de Santa Maria de Jetibá, considerada a maior produtora de ovos do Brasil, os preços também alcançaram patamares recordes quando ajustados pela inflação.
Conforme as informações mais recentes, o preço de uma caixa contendo 30 dúzias de ovos brancos subiu para R$ 233,55, representando um aumento de 37,9% em comparação aos R$ 169,33 registrados em fevereiro de 2024. Para os ovos vermelhos, o custo foi elevado para R$ 264,21, marcando um acréscimo de 40,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Aumento nas grandes cidades
Na Grande São Paulo, os preços dos ovos brancos aumentaram em 18%, saltando de R$ 172,49 para R$ 203,57. O preço dos ovos vermelhos também teve uma elevação considerável de 14,7%, indo de R$ 200,25 para R$ 229,78. Em Belo Horizonte, observou-se um aumento similar nos preços: o ovo branco passou de R$ 173,91 para R$ 212,07 (21,9%), enquanto o vermelho subiu de R$ 199,81 para R$ 232,21 (16,2%).
A despeito do aumento significativo nos preços no atacado, os dados do varejo ainda não refletem essa realidade. Segundo um relatório da Abras referente ao último ano até dezembro, os preços dos ovos em supermercados caíram em média 4,53%, enquanto outras proteínas experimentaram altas substanciais.
A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) informa que a baixa oferta no mercado atacadista é um fenômeno sazonal. Historicamente, as vendas tendem a retrair entre dezembro e fevereiro antes da recuperação esperada em março.
As expectativas indicam que os preços continuarão elevados até o período da Quaresma. A Ceagesp também observou um leve aumento nos preços dos ovos brancos e vermelhos no entreposto paulistano.
Mudança nas categorias de peso e impacto
Outro ponto preocupante mencionado pela Abras é a mudança nas categorias de peso dos ovos estabelecida pela portaria nº 1.179 do Ministério da Agricultura. Essa norma alterou o peso médio dos ovos para cerca de 10 gramas a menos por unidade. Atualmente, um ovo classificado como médio deve pesar entre 38 g e 47 g — antes deveria ser superior a 50 g — impactando assim o custo-benefício do produto. O ministério ainda não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta matéria.
A portaria também determina que todos os ovos devem apresentar a data de validade carimbada na casca a partir do dia 4 de março.
Crise também nos EUA
A crise relacionada ao aumento no preço dos ovos não é exclusiva do Brasil. Nos Estados Unidos, os preços subiram cerca de 15% em apenas um mês devido à escassez do produto nas prateleiras e ao receio com novos surtos de gripe aviária. Este aumento expressivo foi utilizado pelo ex-candidato Donald Trump como argumento para criticar a inflação e as políticas econômicas do governo Biden; no entanto, desde sua posse em janeiro deste ano, ele ainda não conseguiu estabilizar essa situação.

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