USP apresenta estudo que aponta baixo índice de cárie em crianças de SBC
Índice de cáries dentárias é de 1,01 em crianças com 12 anos, três vezes menor que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde
- Data: 25/10/2013 09:10
- Alterado: 25/10/2013 09:10
- Autor: Ana Lucia Almeida
- Fonte: PMSBC
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São Bernardo do Campo apresenta índice de cáries dentárias de 1,01 em crianças com 12 anos, três vezes menor que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde, que é de até três cáries por criança nessa faixa etária. O estudo, realizado pela Faculdade de Odontologia da USP, foi apresentado nesta quinta-feira (24) para profissionais do Programa de Saúde Bucal da rede municipal de Saúde, em encontro comemorativo ao Dia do Dentista, no Teatro Elis Regina.
Na opinião do professor do Departamento de Odontologia Social da Faculdade de Odontologia da USP, Antonio Carlos Frias, coordenador do levantamento, esses índices estão diretamente relacionados à melhoria dos recursos humanos, com a contratação de auxiliares e técnicos de Saúde Bucal e do trabalho cada vez mais qualificado voltado à prevenção, por meio da busca ativa de pacientes.
“É de extrema importância essa mudança de atitude por parte do poder público, que acontece quando o profissional sai do consultório para ir ao encontro do paciente, trabalhando para evitar que a pessoa adoeça. Isso faz toda a diferença no resultado final”, afirma o pesquisador.
O levantamento epidemiológico ainda abrangeu adultos de 35 a 44 anos e crianças de 5 anos. Frias afirma que os índices do estudo feito com crianças dessa faixa etária menor também foi bastante significativo. “Os números estão bem abaixo do que encontramos na capital de São Paulo, bem como no Estado e no Brasil. No entanto, é importante garantir que o trabalho das equipes de saúde seja mais direcionado, resgatando conceitos básicos de integralidade, acolhimento e olhar específico àquelas famílias mais vulneráveis”, acrescenta.
Uma das ações que influenciaram diretamente na redução desses índices, segundo o diretor do Programa de Saúde Bucal da cidade, Francisco Biagioni, foi o programa Saúde Bucal nas Escolas, resultado da parceria entre as secretarias de educação e saúde e a Associação de Jovens Dentistas.
“Quatro vezes por ano, esses profissionais visitam as 188 escolas municipais para fazer a classificação de risco de cárie e escovação em alunos da educação infantil (de zero a seis anos) e do ensino fundamental (de sete a dez anos)”, informa o diretor. Também são feitas palestras, apresentação de vídeos e distribuição de kits de escovação e de cartilhas.
Outro ponto importante do estudo, segundo Antonio Carlos Frias, foi em relação aos adultos. “É preciso trabalhar na questão reabilitação, com investimentos em Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), em próteses, e é o rumo que o município está tomando”, disse o professor.
Para o próximo ano, está prevista a entrega que outros dois CEOs, na Vila União e no Jardim Silvina.
BRASIL SORRIDENTE – Também nesta quinta-feira (24), foi feita a entrega simbólica do Prêmio Brasil Sorridente etapa estadual. Este é o segundo ano consecutivo que São Bernardo do Campo fica primeiro lugar no Estado. Em abril, o prefeito Luiz Marinho recebeu a premiação em âmbito federal, em Brasília.
Para o diretor do Programa de Saúde Bucal, Francisco Biagioni, o prêmio reflete os investimentos realizados nos últimos quatro anos na cidade. “Além da instalação do Centro de Especialidades Odontológicas e da ampliação das equipes de Saúde Bucal nas UBSs, também foi de grande relevância o programa Saúde Bucal nas Escolas, que monitora mais de 80 mil estudantes da rede municipal”, ressalta.
Desde 2009 a Administração Municipal vem investindo em políticas públicas de saúde bucal. Hoje, o município conta com consultórios odontológicos completos e escovódromos em 23 Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Outro ganho foi a criação das equipes de Saúde Bucal – com dentista, auxiliar e técnico. Hoje, são 49 em toda a cidade. Também é feito monitoramento da quantidade de flúor na água, o que ajuda a prevenir a ocorrência de cáries, que é um dos critérios do prêmio Brasil Sorridente.