Uso de bicicletas pode ser a solução para o trânsito nas grandes cidades

Especialista aponta que investimento em infraestrutura para o uso de bicicletas pode solucionar o problema de locomoção e ainda trazer mais saúde, bem-estar e renda para a população.

  • Data: 09/09/2013 12:09
  • Alterado: 09/09/2013 12:09
  • Autor: Redação
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Uso de bicicletas pode ser a solução para o trânsito nas grandes cidades

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A mobilidade nos grandes centros urbanos é motivo de preocupação para as atuais gestões públicas e tem gerado debates em busca de soluções sustentáveis. Uma das alternativas comumente apresentadas é o uso das bicicletas associado ao transporte público. Para a advogada Lucília Camargo Barbosa, membro da Comissão do Meio Ambiente da OAB-SP, optar pelo transporte ciclístico pode proporcionar muito mais que uma melhoria no trânsito, traz também mais saúde, bem-estar, qualidade de vida e até mesmo mais produtividade para a população.

“Estudos mostram a ligação direta entre a mobilidade urbana e o índice de qualidade de vida em cidades desenvolvidas”, afirmou a advogada. Segundo ela, o uso da bicicleta como transporte diário traz outros benefícios, por ser econômica, aumentar a qualidade de vida dos usuários e humanizar a relação entre cidadãos e a cidade, pois os usuários relatam desenvolver um vínculo com a região.

O tema ganhou destaque durante o “III Encontro sobre Direito Ambiental” da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, realizado no dia 24 de agosto. Na ocasião, foram discutidos os motivos da carência de mais suporte aos ciclistas nas áreas urbanas. “A grande dificuldade do uso da bicicleta nas grandes cidades se deve à falta de investimento em infraestrutura e desenvolvimento de políticas públicas ao longo do período em que o país passava pelo êxodo rural. Hoje, 84% da população brasileira vive em cidades e o tema mobilidade somente agora ganhou atenção”, disse a especialista.

Para Lucília Barbosa é necessário que governo e empresas invistam e estimulem as pessoas a utilizarem o transporte ciclístico, pois os benefícios atingem a todos. Ela exemplificou com projetos já implantados no Brasil, como o “Bike Santos”, mostrando como a cidade tem planejado o transporte na região a ponto de ser considerada uma referência. “O primeiro passo é que os municípios coloquem em prática um Plano Local de Mobilidade Urbana que inclua um sistema cicloviário, tendo como foco a integração com o transporte público”, afirmou.

O Código de Trânsito Brasileiro deixa claro que os ciclistas são prioridade no trânsito, já que ficam mais vulneráveis que os motoristas em caso de acidentes. Para a advogada, é necessário que ciclistas e motoristas respeitem as leis de trânsito e conheçam seus deveres e direitos, só assim a cultura da mobilidade vai se desenvolver e será possível exigir uma atitude do poder público. “Os ciclistas têm o mesmo direito de trafegar nas vias que os carros, porém têm a obrigação de respeitar a sinalização e utilizar equipamentos de segurança”, concluiu.

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