Serviço ajuda mulheres de São Bernardo a superar violência doméstica
Centro de Referência à Mulher oferece acolhimento, atendimento social e psicológico, orientação jurídica e proteção em situações de violência
- Data: 16/06/2016 17:06
- Alterado: 16/06/2016 17:06
- Autor: Marco Borba
- Fonte: PMSBC
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O Centro de Referência e Apoio à Mulher Márcia Dangremon, em São Bernardo do Campo, tem ajudado a transformar a vida de dezenas de mulheres em situação de violência doméstica. Em 2015, foram registrados 208 novos casos de violência e realizados 1.133 acompanhamentos (psicológico e social de pessoas que já vinham sendo atendidas).
A diarista Francisca (nome fictício), 37 anos, é ex-vítima de violência doméstica. Após 14 anos de maus-tratos, humilhações e ameaças de morte, decidiu procurar a Delegacia da Mulher. “Resolvi me libertar. Antes tinha medo de sair de casa por causa dos filhos. Mas na verdade era eu quem sustentava a casa, porque ele fazia bicos de pedreiro e raramente ia trabalhar”, desabafou.
Com o atendimento na Delegacia da Mulher, Francisca obteve a chamada Medida Protetiva de Urgência, que obriga o marido, já notificado, a manter-se a 500 metros de distância. Também fica impedido de se comunicar com Francisca, seja por telefone ou e-mail.
Na Delegacia, Francisca foi orientada a procurar o Centro de Referência e Apoio à Mulher. “Aqui voltei a ter nova perspectiva de vida. Tenho acompanhamento psicológico e jurídico. Trabalho e cuido dos meus dois filhos. Hoje não sinto mais medo de enfrentar a vida. Não quero mais viver naquele terror.” A diarista hoje mora em outra cidade.
O trabalho do Centro de Referência é gerenciado pelo Departamento de Políticas Afirmativas (DPA) e Questões de Gênero da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedesc) e visa fortalecer a autoestima das mulheres para que tenham vida autônoma. O espaço atua articulado com outros serviços e instituições do município e da região no enfrentamento e erradicação da violência contra a mulher.
O DPA também compartilha o gerenciamento – com as seis cidades da região, via Consórcio Intermunicipal Grande ABC – do programa Casa Abrigo Regional. Como o próprio nome sugere, o local oferece abrigo provisório (por até seis meses) às mulheres em risco iminente de morte por violência doméstica e a seus filhos menores. Atualmente são duas unidades, cujos endereços são mantidos em sigilo de modo a garantir segurança às usuárias e à equipe técnica da casa.
AÇÕES – O Departamento de Políticas Afirmativas também é responsável por articular e desenvolver formação cidadã para mulheres e homens. Foram atendidos no ano passado, em diferentes ações socioeducativas – como oficinas e seminários sobre gênero e direitos humanos, diversidade sexual e Campanha do Laço Branco (conscientização do homem sobre o respeito à mulher) –, cerca de 3,5 mil mulheres e 800 homens de diversas partes da cidade.
A Sedesc, por meio do Centro de Referência do Idoso (CRI), também oferece opções de entretenimento e aprendizado às mulheres por meio de oficinas de dança, pintura em tela, tricô, crochê e tear, entre outras, além dos bailes da terceira idade, às sextas-feiras.