Projeto o lugar histórico da mulher negra na sociedade chega a SBC
As atividades do projeto Circuladô de Oya acontecem neste sábado (25), no bairro do Montanhão, onde está localizado o núcleo de cursinhos populares Marielle Franco com o primeiro encontro
- Data: 21/05/2019 17:05
- Alterado: 21/05/2019 17:05
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Crédito:Thiago Fernandes
O Circuladô de Oyá, organizado pelas Pretas da Uneafro fomenta uma rede de fortalecimento de mulheres negras no Estado de São Paulo e Rio de Janeiro, por meio de formações sobre identidade de raça, classe e gênero para jovens estudantes.
As atividades do projeto Circuladô de Oya acontecem neste sábado (25), no bairro do Montanhão, onde está localizado o núcleo de cursinhos populares Marielle Franco com o primeiro encontro às 9h da manhã. E na região central de São Bernardo, o encontro acontece às 14h onde está sediado o núcleo Tia Jura, ambos articulados pela Uneafro Brasil.
A iniciativa organizada somente por mulheres pretas para promover espaços de produção e troca de conhecimentos entre jovens estudantes da Uneafro Brasil, visa difundir informações sobre direitos humanos e questões de raça, classe e gênero, num momento em que esses temas são distorcidos pelo contexto político do Brasil.
“197 anos após a histórica e contestável efetividade da Abolição da Escravatura, ocorrida em 13 de maio de 1988, as mulheres negras brasileiras ainda vivem em condições sociais que remontam a esse período da história no Brasil, com condições de trabalho, geração de renda e educação abaixo do que é considerado humano”, conta Vanessa Nascimento, membro da Uneafro, justificando que o projeto visa trazer para uma roda de conversa informações sobre como esse processo político está estruturado para atingir diretamente a mulher negra.
Engajados em aproximar a juventude preta e periférica do ensino superior com um senso crítico sobre o seu lugar de fala na história do Brasil, o projeto também conscientiza os meninos dos cursinhos e realiza, simultaneamente, o debate sobre a violência doméstica, machismo e homofobia. O Circuladô já passou pelos núcleos em Poá, Itaquaquecetuba, Cotia e São Paulo (Bela Vista) e continuará circulando pelos outros 27 núcleos de formação cidadã da Uneafro, que atendem mais de dois mil jovens por ano.
“Estamos atentas ao contexto de lutas históricas que já foram e ainda são travadas por homens e mulheres negras moradoras das periferias do estado de São Paulo e do Brasil, por isso, assumimos essa importante missão de contar o que os livros didáticos distribuídos nas escolas públicas não contam”, explica Vanessa.
Consciente das marcas da escravidão estar viva e presente no cotidiano das mulheres negras moradoras das periferias em diferentes faixas etárias, a Uneafro debate estes temas nos cursinhos desde a sua fundação em 2009.
“Nas religiões de matrizes africanas, Oyá ou Iansã, é o orixá dos ventos e tempestades que espalha a criação, fazendo voar as sementes, que irão germinar na terra e fazer brotar nova vida. E com o objetivo de espalhar as sementes do fortalecimento das mulheres, o Circuladô de Oyá visa criar uma rede de fortalecimento que emancipe as mulheres negras estudantes da Uneafro Brasil para a atuação política social nas comunidades e nas relações sociais e que torne possível a permanência dessas alunas nos cursinhos preparatórios e a continuidade de seus estudos”, conclui Vanessa.
SERVIÇO
Local: Núcleo Marielle Franco
Horário: 9h às 12h
Endereço: Rua Passagem dos Cafezais,763, Montanhão – São Bernardo do Campo/SP
Local: Núcleo Tia Jura
Horário: 14 às 17h
Endereço: Rua Jurubatuba, 1610 – Centro – São Bernardo do Campo/SP
Entrada: gratuita e livre