Preço do café dispara e pode subir até 25% nos próximos meses
O aumento no preço do café é reflexo de custos de produção mais altos e da escassez da oferta, prejudicada por secas e desvalorização do real
- Data: 06/02/2025 14:02
- Alterado: 06/02/2025 14:02
- Autor: Redação
- Fonte: Abic
O café, elemento essencial nas rotinas matinais de milhões de brasileiros, enfrenta uma escalada significativa em seu preço, que já é considerado um dos mais elevados na cesta básica. No último ano, o produto sofreu uma alta impressionante de 37,4%, superando o aumento de outros itens essenciais como leite, arroz e óleo de soja. Atualmente, um pacote de café está sendo comercializado por aproximadamente R$50. Especialistas da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) alertam que esse cenário pode se agravar, com previsões de um novo aumento de até 25% nos próximos meses, o que poderá impactar ainda mais o orçamento das famílias.
Expectativas de novos aumentos nos preços
A expectativa de elevação nos preços é resultado de uma combinação preocupante: o aumento nos custos da produção cafeeira e a escassez da oferta. A indústria tem enfrentado perdas significativas devido a condições climáticas adversas, como secas severas. Além disso, a desvalorização do real tem contribuído para o encarecimento dos insumos necessários à produção, como fertilizantes e custos logísticos. Dados da Abic indicam que, ao longo dos últimos 12 meses, os custos de produção chegaram a aumentar até 200%, mas apenas 39% desse aumento foi repassado ao consumidor. Com isso, o preço final do café nas prateleiras ainda não reflete completamente essa disparada nos custos.
Oferta limitada e consumo crescente
Adicionalmente, a oferta do produto está em declínio. Para este ano, a Abic projeta que a produção brasileira de café atinja 51,8 milhões de sacas de 60 kg, representando uma redução de 4,4% em comparação ao ano anterior. Essa diminuição na oferta não ajuda a mitigar os problemas já existentes.
O consumo de café no Brasil vem crescendo consistentemente desde 1990. Em 2024, estima-se que o país consumirá cerca de 21,9 milhões de sacas, apenas abaixo do pico histórico registrado em 2017, quando o consumo alcançou 22 milhões de sacas. Este crescimento da demanda ocorre em um contexto onde a oferta é limitada devido aos efeitos das mudanças climáticas que têm afetado as lavouras. Nas últimas duas décadas, as exportações brasileiras também tiveram um aumento notável, crescendo cerca de 140%, passando de 16,9 milhões para 40,6 milhões de sacas em 2019 e atingindo um recorde histórico no ano passado com 50,5 milhões de sacas exportadas.
O crescimento das exportações brasileiras é impulsionado pela abertura e penetração em novos mercados consumidores que anteriormente não eram habituados ao consumo do café. Um exemplo claro é a China, tradicionalmente voltada ao chá, que vem experimentando um crescimento acentuado na demanda por café nos últimos anos. Além disso, países asiáticos como Coreia do Sul e Japão também têm apresentado aumentos significativos no consumo da bebida. A América Latina, embora já seja um mercado tradicional para o café brasileiro, tem mostrado expansão em países como México e Chile, que antes importavam volumes menores.

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