Oficina para a 3ª idade mantem viva a milenar técnica do tear

Aulas acontecem todas as terças-feiras em dois períodos no Centro de Referência do Idoso em São Bernardo, na Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania

  • Data: 10/10/2014 15:10
  • Alterado: 10/10/2014 15:10
  • Autor: Marco Borba
  • Fonte: PMSBC
Oficina para a 3ª idade mantem viva a milenar técnica do tear

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Graças às oficinas de tear oferecidas pelo Centro de Referência do Idoso (CRI), a Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedesc) tem mantido viva a milenar técnica do tear (tecer através do entrelaçamento de fios) em São Bernardo do Campo. Religiosamente, todas as terças-feiras, as 20 alunas das duas turmas da professora Ivone Pessoa Ferreira da Silva, 58 anos, invadem a sala de aula com carretéis de lã, linha e agulhas ansiosas por dominar a arte dos pontos, para pro duzir mantas de bebês, blusas, cachecol, luvas, meias, vestidos e echarpes.

As aulas acontecem uma vez por semana, das 8h às 10h (primeira turma) e das 10h às 12h (segunda). No entanto, há alunas tão interessadas em aprender ou rever ensinamentos passados por mães e avós, mas que se perderam no tempo, que acabam estendendo o período em sala de aula. É o caso da aposentada Cecília Fortunata Linardi Fornasiel, 78 anos. Ela é da primeira turma, mas às vezes também faz aulas no segundo horário, já que começou o curso (iniciado em março) somente há um mês. “Aprendi tricô e crochê com minha mãe, mas não sabia tear. É maravilhoso, não vejo a hora de desenvolver sozinha”, disse.

Nas aulas, Cecília conta com a ajuda de Dilza Melges, 61, que embora tenha iniciado em agosto, já domina a técnica. “Tenho facilidade para aprender, então ajudo quem precisa, até porque é difícil para a Ivone (professora) dar conta sozinha.”

Aposentada desde janeiro deste ano – trabalhava em empresa de advocacia com contas a pagar e a receber -, Dilza revela que começou a fazer o curso indicada por amigas. “Precisava fazer algo que prendesse minha atenção. Sou ansiosa. Ficar parada me causa irritação. Um dos benefícios do curso é que, como há essa interação, a gente troca experiências de vida e compartilha o que aprende.”

A professora Ivone trabalha com artesanato há 18 anos, mas só no início deste ano passou a ensinar idosos, e se diz “encantada” com a experiência. “Está sendo maravilhoso, porque vejo que elas são solidárias, uma ajuda a outra. É uma troca realmente, e isso é gratificante. Acho que tenho mais a aprender com elas do que elas comigo. Ainda bem que existe esse local (CRI), porque podem preencher um espaço no dia a dia delas. É maravilhoso ver que se mantêm ativas, com essa vontade de viver.”

História – O tear é feito em aparelho mecânico ou eletromecânico e é empregado para fins de tecelagem. Entre as variedades, há o tear de pente liso e o de tricô (ou de pregos). A tecelagem é conhecida por ser uma das formas mais antigas de artesanato ainda presente nos dias de hoje. Há cerca de 12 mil anos, na Era Neolítica, os homens já utilizavam o princípio da tecelagem, entrelaçando pequenos galhos e ramos para construir barreiras, escudos ou cestas

SERVIÇO – As inscrições para as oficinas de tear são abertas em janeiro. Para se inscrever é preciso ter 60 anos ou mais e comparecer pessoalmente na sede do CRI (Rua Redenção, 271, Centro) com CPF, RG e comprovante de residência.

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  • Data: 10/10/2014 03:10
  • Alterado:10/10/2014 15:10
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