Nos últimos 30 dias em SP, 45 PMs foram afastados

Governador de SP muda postura e amplia uso de câmeras corporais em meio a pressão social e escândalos de abuso policial

  • Data: 06/12/2024 10:12
  • Alterado: 06/12/2024 10:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: g1
Nos últimos 30 dias em SP, 45 PMs foram afastados

Crédito:Reprodução

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São Paulo tem sido palco de uma série de incidentes envolvendo violência policial, o que levou a uma reavaliação das políticas de segurança pública por parte do governo estadual. Em meio a este cenário conturbado, o governador Tarcísio de Freitas, que anteriormente expressava ceticismo em relação ao uso de câmeras corporais pelos agentes de segurança, alterou sua posição e declarou apoio à ampliação do programa que equipa policiais com tais dispositivos.

Nos últimos 30 dias, um total de 45 policiais militares foram afastados de suas funções, com dois deles presos devido a envolvimento em episódios de abuso de autoridade e letalidade policial. As ocorrências ganharam destaque na mídia após serem registradas por câmeras de segurança ou dispositivos móveis. Em um dos casos mais chocantes, um policial foi flagrado jogando um homem de uma ponte na Zona Sul da capital paulista, levando à prisão do agente e ao afastamento de outros 12 envolvidos na operação.

A mudança no discurso do governador ocorre em meio a uma crescente pressão social por transparência e responsabilidade no uso da força policial. Tarcísio admitiu ter subestimado o valor das câmeras corporais como ferramenta essencial tanto para a proteção da sociedade quanto para garantir a integridade dos próprios policiais. Ele assegurou que não apenas manterá o programa vigente, mas também buscará sua expansão.

Os recentes casos reacenderam debates sobre a eficácia dos mecanismos de controle interno da polícia militar. Uma investigação interna está em andamento para apurar as responsabilidades nos episódios registrados, com procedimentos disciplinares que podem culminar na expulsão dos envolvidos.

Além das questões práticas ligadas ao uso da força e das ferramentas disponíveis para monitorar ações policiais, as recentes mudanças na política estadual destacam as complexas relações entre governança pública e segurança cidadã. A administração estadual reafirmou seu compromisso em não alterar o comando da Secretaria da Segurança Pública, apesar das críticas crescentes.

Um aspecto notável nas investigações em curso é a alteração recente nas diretrizes para o afastamento de policiais suspeitos de crimes graves. Agora, tal decisão cabe exclusivamente ao subcomandante da PM, José Augusto Coutinho, o que limita a autonomia anteriormente concedida aos comandantes regionais.

Os episódios que levaram ao afastamento dos policiais são variados e preocupantes: desde agressões a civis durante abordagens até ações fatais em operações rotineiras. Em um dos casos mais sensíveis, uma criança de quatro anos perdeu a vida durante um tiroteio no litoral paulista. Em outro incidente, imagens mostraram policiais disputando um racha com viaturas oficiais.

Esses eventos evidenciam não apenas falhas operacionais significativas, mas também levantam questionamentos sobre os valores e princípios éticos que norteiam as forças policiais estaduais. A resposta do governo à crise poderá ser determinante para restaurar a confiança pública nas instituições responsáveis pela segurança coletiva.

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  • Data: 06/12/2024 10:12
  • Alterado:06/12/2024 10:12
  • Autor: Redação
  • Fonte: g1











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