Mudanças climáticas e aumento de temperatura afetam a saúde mental

Calor eleva casos de ansiedade, depressão e estresse térmico

  • Data: 19/02/2025 09:02
  • Alterado: 19/02/2025 09:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: SBT News
Mudanças climáticas e aumento de temperatura afetam a saúde mental

Calor

Crédito:Tomaz Silva/Agência Brasil

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Pesquisas recentes demonstram que o aumento das temperaturas, associado às mudanças climáticas, representa um sério desafio para a saúde mental da população. Um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS), enfatiza que o estresse térmico, consequência do aumento da temperatura corporal acima dos níveis normais, pode exacerbar condições psiquiátricas e promover comportamentos agressivos.

O Ministério da Saúde brasileiro já se manifestou sobre o tema, alertando que “a exposição prolongada a calor extremo pode intensificar problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, além de aumentar o risco de atos violentos”.

A psicóloga Julia Grecco destaca que, durante o verão, é comum observar um aumento nos níveis de estresse e de cortisol entre os indivíduos, comparativamente ao inverno. Esse fenômeno está sendo investigado mais detalhadamente pela comunidade científica.

Atualmente, pelo menos seis estados brasileiros, incluindo Rio de Janeiro e São Paulo, estão sob alerta devido a ondas de calor, conforme indicado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O aumento da umidade relativa do ar tem dificultado a evaporação do suor, contribuindo para uma sensação térmica ainda mais intensa.

De acordo com um estudo realizado pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ), aproximadamente 38 milhões de brasileiros enfrentam sintomas relacionados ao estresse térmico. Entre os sinais mais comuns estão tontura, enjoo e dor de cabeça.

Para mitigar esses efeitos adversos, Grecco sugere que as pessoas busquem habitações que minimizem a exposição ao calor e evitem ambientes que possam aumentar a irritabilidade.

Além disso, um manual recente lançado pelo Ministério da Saúde, baseado em diretrizes da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), revela que internações hospitalares relacionadas a distúrbios mentais aumentam em até 7% durante períodos de calor intenso. A psicóloga ressalta que a inquietação acerca do futuro, provocada pelas mudanças climáticas, pode gerar pânico e ansiedade em muitos indivíduos.

Outro estudo conduzido pela Universidade da Califórnia estabelece uma conexão entre temperaturas corporais elevadas e casos de depressão. Os pesquisadores notaram que pacientes diagnosticados com essa condição frequentemente apresentam temperaturas corporais mais altas do que o normal.

No que diz respeito ao uso de medicamentos psicotrópicos, o guia do Ministério da Saúde alerta que esses fármacos podem comprometer a capacidade do corpo em regular sua temperatura e aumentar o risco de problemas relacionados ao calor. Isso ocorre devido à alteração nos níveis de neurotransmissores como serotonina e dopamina em climas quentes, resultando em uma diminuição da eficácia dos tratamentos ou intensificação dos efeitos do calor.

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  • Data: 19/02/2025 09:02
  • Alterado:19/02/2025 09:02
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  • Fonte: SBT News











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