Luiz Marinho e Dilma Rousseff em palestra na UFABC
Instituição de ensino foi sede nesta segunda-feira de ato em defesa da Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação
- Data: 19/07/2016 08:07
- Alterado: 19/07/2016 08:07
- Autor: Marco Borba
- Fonte: PMSBC
Crédito:Wilson Magão
O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, participou nesta segunda-feira (18), na Universidade Federal do ABC, no Bairro Anchieta, de palestra com a presidente Dilma Rousseff durante ato organizado pela associação de docentes da universidade em defesa da Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação. Participaram do ato o reitor e vice-reitor da instituição, estudantes, representantes de movimentos estudantis, de professores e do Sindicato dos Professores do ABC.
Em saudação rápida aos presentes, o chefe do Executivo alertou sobre mudanças que o governo interino tenta implementar na estrutura do ensino no país, que preocupam os meios estudantil e acadêmico e que motivou a realização da palestra. “A universidade não poderia faltar em um momento histórico como este, de defesa da democracia e dos direitos que estão sendo atropelados, como o programa Ciência sem Fronteiras. Estão com medo que o Brasil continue se desenvolvendo e diminuindo as desigualdades.”
O Ciência sem Fronteiras prevê a utilização de até 101 mil bolsas em quatro anos para promover intercâmbio, de forma que alunos de graduação e pós-graduação façam estágio no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas educacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação. Além disso, busca atrair pesquisadores do exterior que queiram se fixar no Brasil ou estabelecer parcerias com os pesquisadores brasileiros nas áreas prioritárias definidas no programa, bem como criar oportunidade para que pesquisadores de empresas recebam treinamento especializado no exterior.
O temor de alunos e professores é que mudanças no programa venham a prejudicá-los por meio da diminuição no repasse de verbas às universidades e no número de bolsas nos próximos anos.
Segundo a presidente afastada Dilma Rousseff, um dos sinais de que tais mudanças no programa poderão ocorrer é a intenção do governo interino de estabelecer limites para investimentos em Educação e Saúde para os próximos 20 anos. “Fazem isso porque são os dois setores com gastos mais volumosos. É claro que é necessário melhorar a qualidade do ensino no país, mas isso não se faz com cortes e sim com investimentos em pesquisa, em tecnologia e melhora no salário dos professores. Em nosso governo aumentamos em 360% os gastos com custeio das universidades federais e criamos 4 milhões de vagas nas faculdades particulares para alunos de baixa renda por meio do Prouni (Programa Universidade para Todos)”, disse.
Outro ponto que, segundo a presidente, pode prejudicar o ensino no país é a proposta do governo interino de promover mudanças na legislação para privatizar a exploração do pré-sal. “Estão querendo acabar com o modelo de partilha que vai garantir que a ‘parte do leão’ desse petróleo que nós sabemos onde está, conhecemos a qualidade, sabemos como extrair, não resulte em benefícios para toda a população. Querem privatizá-lo e privatizar, neste caso, significa destinar a poucos grupos econômicos a ‘parte do leão'”, pontuou, ao definir a vinculação dos royalties do petróleo e do fundo social do pré-sal para educação pública como um dos principais legados do seu governo.
O professor de Relações Internacionais da UFAB, Igor Fuse, demonstrou preocupação com o enfraquecimento da qualidade de ensino no país e a diminuição das cotas para bolsistas. “A UFABC tem cerca de 14 mil alunos e quase 50% deles são cotistas. Muitos já estão tendo de abandonar seus cursos por conta dessas mudanças”.