Lipedema: Entenda a doença e os cuidados necessários antes da cirurgia

O lipedema, que afeta até 18% das mulheres, requer atenção especializada. A cirurgia é recomendada apenas em casos graves.

  • Data: 10/03/2025 22:03
  • Alterado: 10/03/2025 22:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Fantástico
Lipedema: Entenda a doença e os cuidados necessários antes da cirurgia

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A condição conhecida como lipedema afeta entre 10% e 18% das mulheres globalmente, o que corresponde a aproximadamente 9 milhões de brasileiras.

Os especialistas têm alertado sobre o aumento da busca por lipoaspiração para tratar o lipedema, uma doença caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura inflamada, especialmente nas pernas e braços. Entretanto, é fundamental que a cirurgia seja considerada apenas em casos severos, quando a mobilidade da paciente está comprometida.

Segundo Armando Lobato, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, “o lipedema é uma patologia crônica que resulta em depósitos excessivos de gordura nos membros inferiores, e ocasionalmente nos braços”.

A classificação do lipedema abrange cinco tipos distintos:

  • Tipo 1: afeta quadris e nádegas;
  • Tipo 2: envolve quadris, nádegas e coxas, sendo o mais prevalente;
  • Tipo 3: compromete quadris, nádegas, coxas e panturrilhas;
  • Tipo 4: pode afetar os braços;
  • Tipo 5: limita-se à região das panturrilhas.

Armando Lobato também destaca que cerca de 95% dos casos ocorrem em mulheres e que fatores genéticos e hormonais desempenham um papel significativo. Aproximadamente 60% das mulheres diagnosticadas com lipedema possuem histórico familiar da condição. Três momentos críticos podem desencadear o surgimento do lipedema: a puberdade, a gravidez e a menopausa.

A visibilidade do lipedema aumentou recentemente, especialmente após figuras públicas como Yasmin Brunet compartilharem suas experiências. Embora relatos sobre a condição remontem à década de 1940, foi somente em 2022 que ela passou a ser oficialmente reconhecida com um código no Cadastro Internacional de Doenças. O uso das redes sociais tem sido crucial para disseminar informações sobre o tratamento do lipedema, incluindo cirurgias específicas.

Entretanto, Luiz Haroldo Pereira, representante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, expressa preocupações sobre a proliferação de “especialistas” no assunto e enfatiza que a cirurgia deve ser realizada apenas quando houver impacto direto na qualidade de vida da paciente. “Procedimentos cirúrgicos devem ser considerados somente quando outras intervenções não se mostraram eficazes”, adverte ele.

Os especialistas divergem quanto à questão da reincidência da gordura após a lipoaspiração. Luiz Haroldo Pereira afirma que essa gordura não retorna após o procedimento; por outro lado, Armando Lobato alerta que, devido à natureza crônica da doença, a gordura pode reaparecer independentemente das atividades físicas realizadas pela paciente.

No Brasil, o tratamento do lipedema é contemplado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), conforme mencionado pelo Ministério da Saúde. O protocolo inclui procedimentos como ultrassonografia vascular, fisioterapia especializada e dermolipectomia — uma cirurgia destinada à remoção de pele e gordura.

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  • Data: 10/03/2025 10:03
  • Alterado:10/03/2025 22:03
  • Autor: Redação
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