Inadimplência sobe em São Paulo, com alta reincidência nos últimos 12 meses
Queda na recuperação de crédito em 10% preocupa o varejo, acendendo alerta para a redução do consumo
- Data: 11/03/2025 09:03
- Alterado: 11/03/2025 09:03
- Autor: Redação
- Fonte: FCDL-SP
O número de inadimplentes em São Paulo aumentou 1,75% em fevereiro, segundo levantamento do SPC Brasil em parceria com a FCDL-SP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo). O crescimento superou a média da região Sudeste (1,67%), mas ficou abaixo da média nacional (3,22%).
Além disso, 88,60% das negativações registradas no estado foram de consumidores reincidentes, ou seja, pessoas que já haviam sido incluídas nos cadastros de inadimplentes nos últimos 12 meses. Apesar do número elevado, houve uma redução de 10,34% na reincidência em relação ao ano anterior.
“O alto índice de reincidência mostra que muitas famílias não estão conseguindo sair do ciclo de endividamento. Isso reforça a necessidade de uma educação financeira mais efetiva e de políticas de crédito responsáveis, para evitar que consumidores entrem em uma espiral de dívidas sem saída”, avalia Maurício Stainoff, presidente da FCDL-SP.
A maior parcela dos reincidentes está na faixa de 30 a 39 anos (29,33%), com uma distribuição equilibrada entre os gêneros: 51,66% são mulheres e 48,34% homens.
Recuperação de crédito desacelera e preocupa setor varejista
O levantamento também apontou que a recuperação de crédito no estado caiu 10,13%, uma retração ainda mais acentuada do que a média nacional (-8,17%). A dificuldade dos consumidores em regularizar suas dívidas levanta um alerta para o comércio.
“A queda na recuperação do crédito é preocupante. Quando menos pessoas conseguem limpar seus nomes, há um impacto direto no consumo e no desempenho do varejo, já que menos crédito será concedido no futuro”, destaca Stainoff.
O valor médio pago pelos consumidores para sair da inadimplência foi de R$ 2.459,35, mas 57,20% das pessoas quitaram dívidas de até R$ 500. O dado indica que, para muitos, a dificuldade financeira é intensa, mas há esforços para regularizar a situação com pagamentos de valores menores.

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