Inadimplência em taxas de condomínio em SP atinge recorde em outubro
Aumento das taxas acima da inflação e priorização de outras dívidas são principais causas
- Data: 06/12/2024 10:12
- Alterado: 06/12/2024 10:12
- Autor: Redação
- Fonte: G1
A inadimplência na taxa de condomínio em São Paulo atingiu um patamar preocupante no mês de outubro, alcançando 12,53%. Este índice representa o nível mais alto registrado no estado ao longo de 2024, de acordo com dados de uma empresa especializada em mercado condominial e imobiliário divulgados recentemente. Anteriormente, o mês de junho havia registrado a maior taxa do ano, com 9,95%.
Economistas consultados apontam duas razões principais para esse aumento: a falta de planejamento financeiro por parte dos moradores e o aumento das taxas acima da inflação nacional. Antonio Correa Lacerda, economista e professor da PUC-SP, destaca que muitos consumidores optam por priorizar o pagamento de dívidas com juros mais elevados, em detrimento das taxas de condomínio, que têm multas menores em caso de atraso.
Embora São Paulo apresente um índice preocupante, não é o estado líder em inadimplência no país. Goiás registra a maior taxa, com 17,64% dos condôminos inadimplentes, seguido por Alagoas e Rio Grande do Norte, com 15,85% e 14,85%, respectivamente.
O levantamento foi conduzido pela Superlógica, que avaliou aproximadamente 70 mil condomínios em todo o Brasil. A metodologia considerou inadimplentes aqueles cujos boletos foram pagos com mais de 30 dias de atraso ou que permanecem vencidos há um mês. Aspectos como o tipo de imóvel e sua localização também foram analisados.
Os valores das taxas de condomínio são definidos em assembleias entre síndicos ou administradoras e os moradores, sem seguir necessariamente um índice fixo. Contudo, a pesquisa revelou que essas taxas estão aumentando acima do IPCA, a inflação oficial do país. De janeiro a outubro deste ano, a média nacional das taxas subiu de R$ 828,03 para R$ 901,74, representando um aumento de 8,9%, superior ao IPCA do período (3,88%).
Os estados do Rio de Janeiro (16,75%), Espírito Santo (13,46%) e Distrito Federal (12,48%) lideram os reajustes. Em São Paulo, o aumento foi mais moderado: passou de R$ 669,54 em janeiro para R$ 714,12 em outubro.
Este cenário ocorre mesmo diante de um crescimento econômico positivo no Brasil. O IBGE anunciou que o Produto Interno Bruto cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2024. O professor Ricardo Rocha do Insper observa que essa contradição entre crescimento econômico e alta inadimplência sugere questões mais complexas na gestão financeira das famílias.
A inadimplência nas taxas de condomínio pode ter consequências sérias para a administração dos edifícios. A falta desses pagamentos compromete tanto a manutenção quanto possíveis investimentos nos imóveis. Especialistas recomendam que os moradores dialoguem com os síndicos diante de dificuldades financeiras para evitar maiores complicações.
Em suma, enquanto o país demonstra indicadores econômicos robustos no cenário global emergente, questões estruturais na administração financeira pessoal continuam desafiando muitas famílias brasileiras.

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