HPS Central de São Bernardo implanta Comissão de Bioética

Reunião em 01/11 contará com palestra da Dra. Maria Goretti Maciel, uma das mais respeitadas autoridades brasileiras em Cuidados Paliativos

  • Data: 22/10/2013 11:10
  • Alterado: 22/10/2013 11:10
  • Autor: Eduardo Nascimento
  • Fonte: FUABC
HPS Central de São Bernardo implanta Comissão de Bioética

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O Hospital e Pronto-Socorro Central de São Bernardo colocou em funcionamento em setembro a Comissão de Bioética – grupo multiprofissional que se reúne periodicamente para discussão de temas delicados e que requerem conhecimento específico para melhor abordagem. Trata-se da quarta – e maior – comissão do gênero dentro das unidades mantidas pela Fundação do ABC, com registro de aproximadamente 30 participantes por encontro.

A Bioética é a área do conhecimento voltada à reflexão e discussão de valores relacionados à vida e à saúde humana. A fim de debater o tema em diversas frentes, muitos hospitais e centros de saúde mantêm comissões de bioética, que se reúnem para discussões sobre questões éticas relacionadas à vida e à morte, como em casos de recém-nascidos com malformações incompatíveis com a vida, bebês sem prognóstico, pacientes que, por princípios religiosos, não autorizam transfusões de sangue e derivados, pacientes com doenças terminais, aplicação de cuidados paliativos e doação de órgãos, assim como a respeito do comportamento das equipes de atendimento frente aos familiares. No ambiente da bioética também são tratadas questões como fertilização in vitro, aborto, clonagem, eutanásia e transgênicos.

A primeira reunião do HPS Central de São Bernardo ocorreu em 23 de agosto e abordou panorama geral com conceitos de bioética. Já em 4 de outubro o tema foi comunicação dolorosa. “Discutimos com os médicos, equipes de enfermagem, psicologia e demais profissionais da unidade a importância do cuidado e da sensibilidade ao comunicar um caso grave à família, por exemplo, ou o óbito de um paciente. Todos os funcionários em contato direto com pacientes e familiares devem estar preparados para situações como essas, sabendo abordar o assunto de maneira correta, com sensibilidade, apoiando os usuários e minimizando o impacto da notícia”, explica o consultor em humanização e bioética da Fundação do ABC e coordenador da comissão no HPS Central, Dr. Drauzio Viegas.

O início da Comissão de Bioética no HPS Central é o ponto de partida para instalação de grupo em todo o Complexo Hospitalar Municipal de São Bernardo. Entre as entidades gerenciadas pela Fundação do ABC que já realizam o trabalho também estão o Hospital da Mulher de Santo André, o Hospital Estadual Mário Covas e o Complexo Hospitalar de São Caetano. Para os próximos meses está previsto início do trabalho no Hospital Nardini de Mauá.

CUIDADOS PALIATIVOS
A próxima reunião em São Bernardo está agendada para 1º de novembro (sexta-feira), às 10h, e debaterá questões relacionadas aos cuidados paliativos. Participará como palestrante Dra. Maria Goretti Maciel, que é Diretora do Serviço de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e uma das mais respeitadas autoridades brasileiras no tema.

Com o aumento da expectativa de vida da população e constantes avanços nas ciências da saúde, essa discussão está cada vez mais presente nas unidades de saúde e escolas médicas. Isso porque, hoje, a determinação profissional para salvar vidas, somada à alta tecnologia disponível, muitas vezes sobrepõe o desejo de pacientes e familiares de buscar uma morte digna.

Segundo definição da Organização Mundial de Saúde, os cuidados paliativos são aqueles prestados de forma ativa e integral a pacientes com doença progressiva e irreversível, potencialmente letal, sendo fundamental o controle da dor e de outros sintomas através da prevenção e do alívio do sofrimento físico, psicológico, social e espiritual. Entre as legislações vigentes está a resolução 1805/06, do Conselho Federal de Medicina, sobre Terminalidade da Vida: “Art. 1º: É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave ou incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal”.

Trata-se de tema polêmico, que deve ser discutido caso a caso, em relação bastante franca entre equipe multiprofissional de saúde, paciente e familiares.

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  • Data: 22/10/2013 11:10
  • Alterado:22/10/2013 11:10
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