HMU tem assistência humanizada ao parto normal

Atualmente, 61% dos partos realizados na unidade hospitalar são normais

  • Data: 06/07/2015 11:07
  • Alterado: 22/08/2023 21:08
  • Autor: Illenia Negrin
  • Fonte: PMSBC
HMU tem assistência humanizada ao parto normal

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Com o objetivo de valorizar o parto natural e garantir às mulheres o direito de participar ativamente do nascimento de seus filhos, o Hospital Municipal Universitário (HMU), que integra a rede pública de Saúde de São Bernardo, adota uma série de boas práticas que vem transformando a rotina da unidade e, sobretudo, beneficiando mães e bebês.

As medidas incluem capacitação profissional, adequação de materiais e equipamentos, revisão de procedimentos e melhorias na ambiência. As ações se baseiam nas diretrizes da Rede Cegonha, estratégia do Ministério da Saúde que visa garantir atenção humanizada durante o pré-natal, parto e puerpério, até os 2 anos de idade da criança.

“Nossa proposta é ser menos intervencionista. Cirurgias e outros procedimentos só devem ser realizados se houver indicação médica, e não como prática rotineira. E tudo deve ser esclarecido à paciente, para que ela tome ciência do que se passa com próprio corpo”, afirma a coordenadora da Obstetrícia do HMU, Silvana Giovanelli.

Hoje, a maioria dos partos realizados no HMU, 61%, são normais. O índice está dentro da média nacional para partos na rede pública. A proporção só não é ainda maior porque o hospital atende 100% da demanda de partos de alto risco – que muitas vezes exigem intervenção cirúrgica para evitar o sofrimento fetal e garantir a saúde da mãe. Além disso, 20% dos partos de baixo risco são encaminhados para um hospital estadual.

“Em 2013, os partos cirúrgicos representavam 45% do total. Reduzimos consideravelmente a taxa de cesárea em menos de dois anos, que atualmente está em 39%. Isso mostra que os esforços para qualificar o atendimento desde o pré-natal estão valendo a pena”, avalia a coordenadora.

No HMU, as enfermeiras obstetras estão cada vez mais presentes. Elas conduzem o parto em parceria com a equipe médica e residentes nos casos classificados como baixo risco – ou seja, ausência de intercorrências como hipertensão, diabetes ou rompimento da bolsa gestacional antes da 37ª semana. Com isso, e também graças ao programa de educação permanente da equipe médica, a taxa de episiotomia – corte feito entre o ânus e a vagina para facilitar a passagem do bebê – caiu drasticamente. Em 2011, a cirurgia para aumentar a abertura vaginal era feita em 75,9% dos partos normais. Hoje, o índice está em 23%, apresentando redução muito significativa, apesar de ainda estar acima do considerado aceitável pela OMS (Organização Mundial da Saúde), de 10%.

ALÍVIO DA DOR – Outra novidade implementada pelo HMU é o uso de técnicas não farmacológicas para alívio da dor e desconforto. Desde março, 95% das pacientes que tiveram parto normal no hospital aderiram a essas estratégias. Na unidade de pré-parto, as mulheres têm à disposição os banhos terapêuticos no chuveiro e massagens. Além disso, são ensinados exercícios respiratórios e ofertados elementos como bola de pilates, o espaldar (conjunto de barras de madeira fixadas na parede) e “cavalinho”, espécie de cadeira com assento invertido. Esses instrumentos promovem o alongamento da região lombar, o relaxamento muscular e facilitam a dilatação durante o trabalho de parto.

A coordenadora da Obstetrícia ressalta que a parturiente é livre para escolher se quer utilizá-los ou não. A qualquer momento a usuária pode requerer o uso de analgesia para controlar os sintomas. Além disso, outros dois fármacos bastante comuns adotados por maternidades públicas e particulares, a ocitocina e o misoprostol, que produzem a contratação uterina, tiveram sua aplicação reduzida e são ministrados de maneira criteriosa.

Para garantir a autonomia da parturiente, o HMU aboliu regras tradicionais, como manter a mulher em jejum até o nascimento do bebê ou pedir que ela permaneça deitada na cama. A paciente é estimulada a caminhar pelo espaço e a ficar na posição que lhe for mais confortável.

Outra prática adotada pelo HMU é o método contato pele a pele, onde a criança é colocada junto ao peito logo após o parto, garantindo que mãe e recém-nascido permaneçam juntos até a chegada ao leito, o que também incentiva o início precoce da amamentação.

“Temos grandes desafios pela frente. Um deles é fazer com que médicos e enfermeiras compartilhem o parto cada vez mais de maneira harmoniosa. E fazer com que o cuidado humanizado chegue a um número cada vez maior de mulheres. Para isso, vamos melhorar nossa estrutura”, avalia Silvana.

Atualmente o HMU realiza cerca de 350 partos por mês, que é o limite de sua capacidade. Por falta de leitos, 80 gestantes, em média, precisam ser transferidas para um hospital estadual em outro município. Em breve, O HMU passará por reformas e ampliação e será transformado em Hospital da Mulher, com capacidade para atender toda a demanda de partos na rede pública da cidade.

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  • Data: 06/07/2015 11:07
  • Alterado: 22/08/2023 09:08
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