Etec de Marília ensina armadilha para mosquito da dengue
Oficinas na Etec Antônio Devisate são para transformar alunos em multiplicadores das medidas de combate à doença
- Data: 18/03/2025 13:03
- Alterado: 18/03/2025 13:03
- Autor: Redação
- Fonte: CPS
Com o objetivo de transformar estudantes em multiplicadores no combate à proliferação do mosquito da dengue, a Escola Técnica Estadual (Etec) Antônio Devisate, localizada em Marília, realiza uma série de oficinas para ensinar os jovens a confeccionar armadilhas para interromper o ciclo reprodutivo do Aedes aegypti.
A dengue é endêmica no Brasil, com ocorrência durante o ano todo. Porém, os períodos quentes e chuvosos favorecem o aumento do número de casos e um risco maior para epidemias. Os trabalhos na Etec começaram no início da última semana, com a professora de biologia da unidade, Deborah Tannuri, e continuam até sexta-feira (21).
“As armadilhas são uma medida complementar de prevenção”, orienta a educadora. “É fundamental evitar que as residências ofereçam condições favoráveis à reprodução das larvas, eliminando outros criadouros, ou seja, recipientes que acumulam água parada, como caixas d’água, pneus, garrafas, latas e pratos de vasos de plantas, entre outros.”
Ações amplificadas
Um dos organizadores da atividade, o professor Marco Antonio Machado alerta para o fato de que as ações dos alunos não surtirão efeito isoladamente. “Se o seu vizinho não se engajar no combate ao mosquito, todos correm risco. Por isso, a ideia da oficina é transformar nossos alunos em multiplicadores, fazendo com que, além de montar as armadilhas em casa, ensinem vizinhos e pessoas próximas a fazer o mesmo.”
O diretor da Etec, Benedito Goffredo, destaca que “é papel da escola formar cidadãos e cidadãs proativos, criativos e inovadores, buscando desenvolver ações relevantes para a comunidade.”
Como fazer
A Mosquiteca foi desenvolvida por Maulori Cabral, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com biólogos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Veja como montar um exemplar:
Material
- Garrafa pet
- Microtule (tecido sintético, transparente, leve e fino, feito de fios entrelaçados). Atenção: o tule comum, utilizado em véus de noiva, não serve pois os buracos da trama são muito largos
- Tesoura
- Fita isolante
- Lixa para madeira, granulação 60, 100 ou 120
- Sementes de alpiste, grãos de arroz ou ração para gato
- Água
Montagem
- Corte a parte superior de uma garrafa pet de dois litros para fazer uma espécie de funil;
- Corte mais cerca de 10 centímetros do meio da garrafa, preservando a parte inferior;
- Lixe a parte interna do pedaço superior da garrafa, onde se localiza o bocal ou abertura. O objetivo é deixar a superfície interna áspera em toda a sua extensão;
- Com um barbante, elástico ou com o lacre da tampa da garrafa, amarre um pedaço dobrado de microtule à boca da garrafa;
- Amasse uns cinco grãos de arroz, alpiste ou ração para gatos e coloque-os dentro da parte inferior da garrafa;
- Una e sele as duas partes da garrafa, usando fita isolante;
- Coloque água limpa, até passar um pouco do bocal com tule deixando um espaço de três centímetros entre a água e o bocal. A parte inferior da armadilha deve ser esvaziada periodicamente, uma vez que as larvas podem ser mortas pelo cloro. É necessário completar o nível da água à medida que evaporar;
- Coloque a armadilha no quintal ou onde houver mosquitos. É necessário ser um local sombreado, pois as fêmeas do mosquito não gostam de sol.
CPS no combate à dengue
Com a proposta de orientar as Etecs e as Faculdades de Tecnologia do Estado (Fatecs), o Centro Paula Souza (CPS) preparou materiais que podem ser úteis à comunidade escolar, como cartilha informativa, cartaz e um guia rápido para vistoriar as instalações das unidades, além de vídeos que podem ser compartilhados nas redes sociais.
Disponível no site: cps.sp.gov.br/campanha-contra-a-dengue, a proposta do kit é contribuir para a difusão de boas práticas e de informações úteis ao combate à doença.

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