Equador enfrenta eleições decisivas em meio a crise de violência e instabilidade política
Daniel Noboa lidera pesquisas para reeleição, enquanto Luisa González tenta levar disputa ao segundo turno; violência e crise econômica dominam debate eleitoral.
- Data: 09/02/2025 08:02
- Alterado: 09/02/2025 08:02
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: FOLHAPRESS
Neste domingo (9), o Equador se prepara para mais uma rodada de eleições presidenciais e legislativas, marcando a terceira vez em quatro anos que a população irá às urnas. Este cenário inédito reflete a crescente instabilidade política do país, que se tornou um ponto crítico na rota de escoamento do narcotráfico na América do Sul.
Daniel Noboa, atual presidente e herdeiro de uma fortuna no setor bananeiro, é o favorito para garantir sua reeleição após um controverso mandato-tampão iniciado há menos de um ano e meio. As expectativas apontam para um segundo turno contra Luisa González, representante da esquerda e ex-aluna do ex-presidente Rafael Correa, que governou entre 2007 e 2017.
A violência tem sido um tema central na agenda eleitoral. Nos últimos três anos, a taxa de homicídios no Equador disparou, passando de 7,8 para 46,2 por 100 mil habitantes. Em 2022, o país enfrentou também uma crise energética sem precedentes, resultante da dependência excessiva de suas centrais hidrelétricas, afetadas pela seca severa. A população experimentou apagões frequentes que duraram entre quatro a quatorze horas diárias.
A combinação da escalada da violência e da crise energética tem gerado uma onda de desemprego recorde. Estima-se que a economia equatoriana tenha perdido cerca de US$ 18 milhões entre setembro e outubro do ano passado devido aos apagões, com mais de 263 mil postos de trabalho dignos sendo eliminados. Essa situação coloca o desemprego como uma das principais preocupações da população nas pesquisas recentes.
Diante desse contexto complicado, os dois candidatos se destacam como alternativas para restaurar a esperança no futuro do país. Daniel Noboa apresenta-se como um político linha-dura, com promessas de combate ao crime através da militarização da segurança pública. Recentemente, ele ampliou suas competências governamentais ao decretar estado de conflito armado interno.
Por outro lado, Luisa González representa uma proposta diferente; se eleita, tornaria-se a primeira mulher a assumir a presidência do Equador. Ela é conhecida por sua ligação com Rafael Correa, que atualmente vive exilado na Bélgica após condenações por corrupção.
De acordo com dados recentes da consultoria Cedatos, Noboa lidera as intenções de voto com 48,3%, enquanto González aparece com 32,2%. Para vencer no primeiro turno, Noboa precisa garantir mais de 50% dos votos válidos ou ao menos 40%, com uma diferença mínima de dez pontos em relação à segunda colocada.
Embora tenha havido uma redução nos homicídios intencionais em 2024 em comparação ao ano anterior, janeiro trouxe à tona um recorde sombrio: foi o mês mais violento desde 2014, com aproximadamente 750 assassinatos registrados. Além disso, aumentaram as denúncias sobre violações de direitos humanos relacionadas à militarização das forças policiais.
A crescente violência vinculada ao narcotráfico não apenas alimenta o medo local como também impulsiona um êxodo significativo. Milhares de equatorianos têm buscado refúgio nos Estados Unidos em busca de melhores condições de vida. A imigração irregular tem sido uma alternativa viável para muitos em face da deterioração das condições sociais e econômicas.
Assim se desenha o cenário eleitoral do Equador em um momento crucial: os desafios impostos pela violência e pela crise econômica exigem soluções urgentes e eficazes por parte dos candidatos que buscam reconquistar a confiança da população.

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