Daniel Lima não poupa argumentos em plenária do CIESP SBC

Jornalista fala abertamente sobre temas polêmicos e cita a importância do Bairro Cooperativa para a cidade de SBC

  • Data: 05/08/2013 14:08
  • Alterado: 05/08/2013 14:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Souza Franco
Daniel Lima não poupa argumentos em plenária do CIESP SBC

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A plenária do mês de julho do CIESP SBC trouxe o jornalista Daniel Lima, que há cinco anos comanda a revista digital Capital Social. Daniel Lima não mediu palavras e chamou o grande ABC de província, por se tratar de uma “terra sem possibilidades de nos encantar no futuro em termos de institucionalidade.”

Ele também acusou a falta de estrutura e capacitação nas secretarias de desenvolvimento econômico da região. “A primeira secretaria nasceu no governo Celso Daniel. Quando ele implementou a secretaria em Santo André, as demais prefeituras fizeram, mas em situação precária, sem estrutura.” Citou também sobre a dificuldade do empresário e do executivo do setor industrial em manter um diálogo construtivo com o Poder Público.

Sobre a desindustrialização ele explicou que ele teve início com o movimento sindical e se agravou com a política econômica do Governo Fernando Henrique Cardoso que, segundo o jornalista, foi uma “catástrofe para o Grande ABC”. “Perdemos 1/3 do nosso PIB industrial, as pequenas empresas foram dizimadas…” e continuou: “Tenho medo de escrever algo que não tenha sustentação. De 1985 para 2011 perdemos 85 mil empregos industriais no Grande ABC. De 1994 para 2012 perdemos 25 mil empregos.”

Daniel Lima acusou a falta de vocação de desenvolvimento por parte dos administradores públicos. “Na área econômica o comportamento do país nas duas últimas décadas é pífio, o Governo Federal só pensa em arrecadar, mas não dá ao setor econômico outra coisa senão ilusão, na maioria dos casos.”

Ele também falou sobre a importância do Bairro Cooperativa para a cidade de São Bernardo do Campo: “Tirando as montadoras, o Bairro Cooperativa é o mais importante da cidade em termos de produção de riqueza. É um absurdo o bairro estar ainda no século passado em matéria de Tecnologia da Informação, sistema viário, relacionamento do Poder Público com os empresários e executivos. Não adianta passar ali o trecho sul do rodoanel.”

Sobre o trecho sul do rodoanel ele afirma que desde o início alertou sobre a possibilidade dele se transformar em um adversário forte: “Ele passa tangencialmente pelo Grande ABC e não representou nenhum ganho econômico para a região. Diferentemente da região de Osasco, onde existem 13 acessos, nós temos apenas três que não dão interatividade econômica. O trecho mais leva as empresas para fora, do que atrai o desenvolvimento. Ele não acrescentou quase nada para a economia regional. A lógica era fazer estudos para que se ocupassem entorno do rodoanel, de forma responsável. Ele gerou uma especulação imobiliária terrível. A pequena e média empresa não tem nenhuma possibilidade de vir para as proximidades do rodoanel.”

Sobre as manifestações que ocorreram em todo país, quando os jovens foram as ruas protestar contra o Poder Público, ele afirma que foi um inconformismo generalizado, algo fantástico, mas afirmou que ainda é difícil estabelecer uma análise sobre como isso refletirá no futuro.

Daniel Lima cobrou mais transparência por parte do Poder Público e afirmou que dentro da Revista Capital Social está criando o que chama de “Observatório de Promessas e Lorotas”. Lá vai publicar as promessas dos atuais prefeitos e instituições: “Precisamos recuperar a memória, as coisas vão se diluindo e nós esquecemos… Precisamos que o poder público tenha mais responsabilidade. Se o Grande ABC fosse economicamente, socialmente, o que os prefeitos prometeram ao longo de 20 e tantos anos, seria uma maravilha.”

Mauro Miaguti, vice-diretor da entidade, afirmou: “É difícil falar sobre esse tema. O importante é sairmos daqui refletindo sobre o que foi dito. As manifestações que ocorreram nas últimas semanas, acredito que tenham sido um pontapé inicial e espero que elas que não acabem em pizza. Importante termos em mente que as coisas não vão mudar por si só, é preciso a conscientização e a participação de todos.”

No final do evento o diretor titular do CIESP SBC, Hitoshi Hyodo, destacou a importância da participação política de todos, principalmente das pessoas do bem, para mudar toda essa situação.

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  • Data: 05/08/2013 02:08
  • Alterado:05/08/2013 14:08
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