COI Inicia 144ª sessão e define futuro com nova liderança em olímpia
COI inicia nova era com eleição de presidente em meio a desafios financeiros e questões polêmicas no esporte.
- Data: 19/03/2025 23:03
- Alterado: 19/03/2025 23:03
- Autor: Redação
- Fonte: COI/ FolhaPress
A 144ª sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI) teve início em Olímpia, na Grécia, na terça-feira, dia 18. O evento, que simboliza a essência dos Jogos Olímpicos Antigos ao reavivar a Tocha Olímpica a cada quatro anos, serviu como um pano de fundo significativo, mas breve. A escolha do próximo presidente da entidade ocorrerá em Costa Navarino, um luxuoso complexo turístico localizado a cerca de 100 quilômetros do local histórico, no dia 20.
Thomas Bach, atual presidente do COI e ex-esgrimista alemão de 71 anos, entrega a presidência com as finanças organizacionais equilibradas e uma imagem renovada para os Jogos Olímpicos, um feito notável considerando os desafios enfrentados nos últimos doze anos. Durante sua primeira gestão nos Jogos de Inverno em Sochi, em 2014, o evento foi marcado pela invasão da Crimeia pelo presidente russo Vladimir Putin, que ocorreu no dia do encerramento.
Sochi representa uma era marcada por controvérsias associadas à corrupção e favorecimento dentro da administração do COI. Investigações sobre as Olimpíadas de Londres em 2012 e Rio de Janeiro em 2016 também trouxeram à tona problemas similares. O impacto da operação Lava Jato no Brasil resultou na suspensão de Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e membro honorário do COI.
Os Jogos de Sochi foram emblemáticos da tendência de gigantismo das Olimpíadas, com gastos superando os realizados em Pequim em 2008, até então a edição mais cara da história. Além disso, o evento foi associado a um programa estatal de doping que levou à suspensão da Rússia dos Jogos.
Thomas Bach também enfrentou a pandemia de COVID-19 e o inédito adiamento das Olimpíadas de Tóquio para 2021. Embora realizadas sem público, as competições ainda assim foram consideradas um sucesso relativo.
A gestão centralizada de Bach buscou mitigar o gigantismo dos eventos olímpicos através da implementação de diretrizes que priorizam legado sustentável, urbanismo responsável e inclusão social. Com isso, Paris 2024 se apresenta como um novo modelo para futuras edições das Olimpíadas, refletido nas propostas dos candidatos à sua sucessão.
Entre os postulantes destacam-se figuras proeminentes como Sebastian Coe, ex-meio-fundista britânico; Kirsty Coventry, ex-nadadora zimbabuense; e Juan Antonio Samaranch Jr., que almeja seguir os passos de seu pai na modernização dos Jogos. Coe e Samaranch são vistos como críticos à abordagem centralizadora de Bach, enquanto Coventry é considerada a candidata preferida do atual presidente.
Um grupo secundário inclui dirigentes como David Lappartient (presidente da UCI), Feisal Al Hussein (príncipe jordaniano), Johan Eliasch (presidente da Federação Internacional de Esqui) e Morinari Watanabe (presidente da FIG). As casas de apostas não oferecem boas perspectivas para esses candidatos emergirem com sucesso na disputa.
Apesar da perda de alguns patrocinadores significativos durante o último ciclo olímpico, o COI reportou um crescimento expressivo de 60% em seu retorno comercial desde 2012. As projeções financeiras para os próximos anos são otimistas: estima-se arrecadar US$ 7,7 bilhões entre 2021 e 2024; US$ 7,5 bilhões entre 2025 e 2028; US$ 6,9 bilhões entre 2029 e 2032; e US$ 4 bilhões entre 2033 e 2036.
No entanto, o futuro presidente enfrentará desafios significativos relacionados à polarização política global. Em 2026, os Jogos de Inverno acontecerão na Itália sob a liderança de Giorgia Meloni e, dois anos depois, Los Angeles será anfitriã sob o governo Donald Trump.
A administração Trump já demonstrou uma postura regulatória rigorosa em relação ao esporte. Recentemente anunciou medidas que excluem atletas transgêneros das competições escolares nos Estados Unidos e está considerando restrições adicionais à entrada de cidadãos de determinadas nacionalidades no país.
Desde sua fundação em 1894, o COI teve nove presidentes:
Demetrius Vikelas (Grécia): 1894-1896
Pierre de Coubertin (França): 1896-1925
Henri de Baillet-Latour (Bélgica): 1925-1942
Johannes Sigfrid Edström (Suécia): 1942-1952
Avery Brundage (EUA): 1952-1972
Lorde Killanin (Irlanda): 1972-1980
Juan Antonio Samaranch (Espanha): 1980-2001
Jacques Rogge (Bélgica): 2001-2013
Thomas Bach (Alemanha): 2013-2025
Neste contexto desafiador, o COI mantém sua posição firme em barrar a participação da Rússia e Belarus nos Jogos devido à invasão da Ucrânia. Contudo, permite que atletas dessas nações compitam sob a bandeira olímpica. A recente controvérsia envolvendo atletas acusados de serem transgêneros no boxe destaca a necessidade urgente de uma abordagem clara sobre questões de identidade sexual no esporte olímpico.
Além disso, a neutralidade olímpica está sendo constantemente testada por conflitos globais atuais. O aumento no número de cidades interessadas em sediar futuras edições dos Jogos — incluindo Índia, Hungria, Qatar e Arábia Saudita — reaviva debates sobre valores fundamentais estabelecidos durante a gestão anterior.
No dia 19 de setembro, Thomas Bach foi nomeado presidente honorário vitalício pelo COI em uma cerimônia emocionante. O próximo líder terá não apenas o desafio de igualar seu legado mas também navegar por um cenário esportivo cada vez mais complexo e polarizado.

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