Cia de Danças de Diadema apresenta “Antropo100 – De Cascudo a Eros”
Companhia de Danças de Diadema apresenta ANTROPO100 - DE CASCUDO A EROS em São Bernardo do Campo, no Teatro Elis Regina
- Data: 11/09/2024 15:09
- Alterado: 11/09/2024 15:09
- Autor: Redação
- Fonte: Cia de Danças de Diadema
Cena do espetáculo Antropo100 - De Cascudo a Eros
Crédito:Paulo Cesar Lima
O Teatro Elis Regina recebe Antropo100 – De Cascudo a Eros, da Companhia de Danças de Diadema, para uma apresentação única no dia 12 de setembro, quinta-feira, às 20h, com entrada franca. A apresentação faz parte da circulação do grupo apoiada pelo ProAC Editais – 04/2023 (Dança / Circulação de Espetáculo). O espetáculo é uma obra coreográfica concebida por Ana Bottosso, com a colaboração fundamental dos artistas intérpretes criadores da Companhia de Danças de Diadema. “A ideia de Antropo100 – De Cascudo a Eros era resgatar a origem de cada um dos bailarinos da companhia, a história de onde veio, os bisavós, os avós, pai, mãe, um pouco daquele resgate antropofágico do começo do século passado. Então, cada um foi falando suas histórias, e estes textos, transformados em dramaturgia, roteiro, estão em cena”, explica Bottosso.
Antropo100 – De Cascudo a Eros busca trazer à cena uma reflexão artística a partir dos grandes acontecimentos históricos da década de 1920, como a Semana de Arte Moderna. O subtítulo da coreografia faz referência direta a Câmara Cascudo e Eros Volúsia. Na década de 1920, o folclorista Luís da Câmara Cascudo aprofundou suas pesquisas sobre a história dos gestos na cultura brasileira. Ele documentou as expressões corporais que refletiam a miscigenação de etnias e tradições no Brasil, destacando como gestos cotidianos, danças e rituais comunicavam identidades e emoções como uma linguagem não verbal significativa.
Cascudo observou a influência das danças africanas no samba e no maracatu, gestos indígenas em cerimônias e a incorporação de elementos europeus em danças folclóricas. Ele também ressaltou o papel de artistas como Eros Volúsia, que ressignificou gestos tradicionais em suas coreografias, integrando folclore e dança moderna. Assim, suas pesquisas ajudaram a valorizar e preservar as manifestações culturais brasileiras, contribuindo para a construção de uma identidade nacional baseada na diversidade e riqueza das tradições.
Eros Volúsia (Rio de Janeiro, 1914 – 2004), foi uma artista brasileira que se projetou nacional e internacionalmente através de coreografias próprias inspiradas na cultura brasileira, fez de seu corpo um instrumento catalisador das inovações tão necessárias à dança brasileira. Aos quatro anos, Eros iniciou sua formação clássica em balé na Escola de Bailados, com Maria Olenewa. No mesmo ano, deu seus primeiros passos de dança na macumba de João da Luz, em frente à sua casa, algo que a marcaria para a vida. Aos oito anos, estreou descalça no Teatro Municipal, recebendo elogios pela técnica clássica, mas sempre se interessou mais pelo ritmo étnico. Buscou na raiz do intenso processo de miscigenação, fruto de fatores sócio-histórico-culturais, os elementos essenciais para a construção de uma dança, cuja singularidade de movimentos refletia não somente a diversidade de culturas, mas, sobretudo, a busca de uma identidade própria para a dança brasileira, influência do nacionalismo então em voga.
Sobre a montagem Antropo100 – De Cascudo a Eros
Com 10 bailarinos em cena e uma trilha original composta por LoopB – colaborador frequente da companhia – a ideia era trazer para o palco elementos que dialogassem com o momento efervescente da década de 1920. A trilha tem uma sonoridade que remete ao impulsionamento industrial da época, aos operários e um som percussivo, martelos e uma sonoridade metalizada, mescladas a outros ritmos brasileiros como o maracatu e o samba. Há referências, na trilha, que estão ligadas à obra de Tarsila do Amaral, e de Heitor Villa-Lobos, por exemplo.
A intenção era ter um cenário que pudesse trazer em si a ideia de um Brasil que queria mostrar suas raízes, que significasse o engessamento dos artistas em uma cultura que já não os representava mais. Assim nasceu a ideia de ter caixas – ao todo são 68 no palco. “Uma simbologia de um muro concreto, uma divisória, um aprisionamento, é um pouco a ideia como os artistas talvez se sentissem naquele momento em que queriam falar mais das raízes do Brasil, falar mais das suas origens. E os bailarinos vão desmontando esse muro e em cada cena as caixas assumem um certo significado e função”, explica a coreógrafa Ana Bottosso.
Serviço
Antropo100 – De Cascudo a Eros
DURAÇÃO: 50 min
INDICAÇÃO ETÁRIA: 12 anos
Entrada Franca (retirada de ingressos no local)
12/set (quinta-feira), 20h
Antropo100 – De Cascudo a Eros
Circulação pelo ProAC Editais – 04/2023 (Dança / Circulação de Espetáculo)
Teatro Elis Regina (Av. João Firmino, 900 – bairro Assunção – São Bernardo do Campo/SP)
Bate-papo após o espetáculo