Artista Jeff Vasques apresenta espetáculo e oficina inspirados em pessoas em situação de rua
Em São Bernardo, o projeto ocorre em parceria com a Escola Estadual Maria Pires e contará com apresentação e oficina no dia 28 de maio às 19h15
- Data: 23/05/2024 17:05
- Alterado: 23/05/2024 17:05
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Circo da Miséria
Crédito:Natasha Mota/Divulgação
O cotidiano “invisível” das pessoas em situação de rua é o mote das apresentações virtuais do “Circo da Miséria: o maior desespetáculo da Terra”, do artista Jeff Vasques, projeto realizado pelo interior do estado de São Paulo com o apoio do edital PROAC.
O “Cerco da Miséria”
A enorme desigualdade presente no Brasil, com seu alarmante número de pessoas em situação de rua (111 mil, segundo IBGE), está no eixo motivador desse “desespetáculo”. O desemprego, a falta de moradia e de acesso a serviços de educação e saúde de qualidade são causas centrais que levam as pessoas para a rua. Ali, são falsamente rotulados de violentos, preguiçosos, imorais, o que faz com que os passantes ajam com indiferença ou violência: a cada hora, duas pessoas em situação de rua são violentadas no Brasil e, a cada dois dias, uma é morta, segundo dados do Ministério da Saúde. Agora, durante a pandemia, é o segmento da população mais vulnerável ao coronavírus, já que não tem como se manterem em isolamento, nem acesso a condições mínimas de higiene.
A arte e a educação, apesar de sozinhas não serem suficientes para a superação da miséria, ajudam a reverter a indiferença, permitindo que as pessoas se sintam no lugar do outro, os comovendo e provocando para uma ação coletiva transformadora. É um pouco do que se pretende com essa apresentação: romper o atual cerco miserável e fazer do mundo mais circo!
O “Circo da Miséria”
No “Circo da Miséria”, Magrólhos, esse palhaço “vagamundo”, perambula como um mambembe por ruas e praças, armando seu circo diário por sobrevivência diante do “desrespeitável” público passante. A partir dos restos da humanidade, do lixo, cria maravilhas em busca de um simples olhar ou de um trocado, fazendo-se dançarino, malabarista, acróbata, mágico e o que mais for necessário para domar seus leões, para se fazer um pouco mais visível e humano. Ora provocando risos, ora comovendo, Magrólhos seduz os espectadores com sua imaginação a adentrarem seu “Circo da Miséria”, convidando-os a ver sua realidade inaceitável, a compartilhar indignação e solidariedade.
Construído a partir de oficinas artísticas ministradas pelo artista Jeff Vasques para a população em situação de rua, em 2015, via parceria com o Centro Pop de Campinas. As histórias, lutas e olhares do povo da rua dirigem o “Circo da Miséria”. A utilização da linguagem do palhaço vagabundo foi decorrência natural da temática. Esse tipo de palhaço, que vive em situação de rua (como Carlitos, de Charles Chaplin; Chaves, do seriado mexicano) usa da criatividade e de sua esperteza para garantir sua sobrevivência, nos lembrando que por trás das roupas surradas há um ser humano como qualquer outro.
A apresentação é sempre seguida de um bate-papo para desfazer preconceitos sobre o povo da rua e, também, faz parte do projeto, a realização da oficina “A miséria e o palhaço vagabundo”, para debater a origem e função desse tipo de palhaço. O projeto já passou por diversas cidades do estado e segue “rodando” ainda virtualmente até o meio de dezembro.
Programação
Além de São Bernardo, o artista apresentará em outras diversas cidades. A agenda pode ser acompanhada pelo site http://www.eupassarinho.org
Ficha Técnica:
“Circo da Miséria: o maior desespetáculo da Terra!”
Realização: Edital PROAC – Sec. de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo
Duração: 50 minutos
Classificação: livre
Criação e atuação: Jeff Vasques (palhaço Magrólhos)
Orientação cênica: Luciane Olendzki; Sérgio Carozzi
Assistente de direção: Taiane Raffa
Figurino: Consuello Matroni e Jeff Vasques