Animais do zoo do Parque Estoril tem tratamento especial
Programa de Enriquecimento Ambiental com alterações no cativeiro e no método de alimentação tornam animais mais ativos e desestressados
- Data: 25/10/2013 15:10
- Alterado: 25/10/2013 15:10
- Autor: Elenice Vieira
- Fonte: PMSBC
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Os bichos não falam, mas, como nós, sentem as adversidades do dia a dia. Para perceber o que está incomodando o animal é preciso carinho e muita observação. Essa é a principal diretriz do Programa de Enriquecimento Ambiental (PEA), desenvolvido pela bióloga Andréa Moraes no Zoológico do Parque Municipal do Estoril, em São Bernardo do Campo.
Para fazer com que os animais sejam mais ativos, Andréia realiza, três vezes por semana, voluntariamente, alterações no espaço em que se encontram e no método de alimentação. “Como são bichos de cativeiro, precisam receber este enriquecimento ambiental, que gera qualidade de vida” disse a bióloga.
A atenção agora está na arara azul. A ave deve ganhar uma outra área de convivência, poderá ter a companhia de pássaro de outra espécie e formas diferentes de receber a alimentação. A ideia é que as novidades desviem a atenção do bicho para outras situações e diminuam o nível de estresse.
O mesmo processo se deu com os macacos prego e bugio que, depois de um período de observação, foram alocados em outro espaço do zoológico, mais amplo, com um lago e na companhia de gansos. A mudança foi claramente benéfica para os bichos, que ficaram mais alegres.
Outro exemplo é a jaguatirica macho, que recebe uma das refeições dentro caixa de papelão toda amarrada. A caixa recebe também um pouco de canela em pó polvilhada pelo lado de fora, que exala um aroma muito apreciado pelo animal que se esfrega na caixa e só depois começa a brincadeira para alcançar a carne que está dentro.
O cachorro vinagre, por estar velhinho, precisa de distração, que vem por meio da alimentação. O tratador coloca suas frutas preferidas embaixo de uma caixa, de modo que ele precisa ‘pensar’ para alcançar a refeição.
Para fazer um diagnóstico sobre o nível de estresse de um bicho, a voluntária precisa de cerca de 36 dias. O Programa de Enriquecimento Ambiental procurar garantir as chamadas cinco liberdades dos bichos: ser livre de medo e estresse, ser livre de fome e sede, ser livre de desconforto, ser livre de dor e doença e ter liberdade para expressar seu comportamento no ambiente.
Os tratadores estão sendo treinados para implantar o programa, que deverá ser concluído no ano que vem, quando todos os bichos tiverem sidos observados.
SERVIÇO – O Zoológico de São Bernardo do Campo fica em uma área de 10 mil m², no interior do Parque Municipal Estoril. O espaço possui 33 recintos de exposição e outros 11 em área reservada, que abrigam em torno de 250 animais de 70 espécies diferentes, sendo várias ameaçadas de extinção, como jaguatirica, cachorro-vinagre, arara azul e tamanduá-mirim. Ele mantém animais exclusivamente da fauna brasileira com ênfase para os da Mata Atlântica, origem de 70% das espécies abrigadas.
O espaço está aberto de quarta a domingo, das 9h às 17h, e o endereço é Rua Portugal, 1.100, Riacho Grande. O valor da entrada é R$ 3 (crianças menores de sete anos não pagam) e veículos R$ 10. Informações pelo telefone 4354-9318.