Centro Cultural SESI Campinas Amoreiras apresenta a exposição Maracatu Rural

Mostra com curadoria de Afonso Oliveira faz panorama de uma das mais representativas manifestações da cultura popular brasileira.

  • Data: 19/03/2025 18:03
  • Alterado: 19/03/2025 18:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria
Centro Cultural SESI Campinas Amoreiras apresenta a exposição Maracatu Rural

Maracatu Rural, 2004, município de Nazaré da Mata (PE)

Crédito:Walter Firmo

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Entre os dias 28 de março e 1º de junho de 2025, o Centro Cultural Sesi Campinas Amoreiras apresenta gratuitamente a exposição Maracatu Rural – A Magia dos Canaviais, que reúne a produção artística de trabalhadores da Zona da Mata de Pernambuco, representantes desta manifestação que é Patrimônio Cultural Brasileiro, o Maracatu Rural ou Maracatu de Baque Solto.

O evento de abertura ocorre no dia 27/3, quinta, às 19h. A reserva de ingressos estará disponível no MEU SESI a partir de 24/3.

A mostra conta com audiodescrição e legendas em braile. Visitas guiadas estão programadas com performance de Luiz Caboclo – Mestre dos Caboclos de Lança do Maracatu Estrela de Ouro de Aliança: dia 27, às 19h, para os presentes na abertura; dia 28, às 16h, para os alunos do SESI; e dia 29, às 16h, para o público em geral.

Ambientada em uma cenografia que remete ao território da Zona Canavieira Pernambucana, a exposição apresenta documentos, vídeos, fotografias, objetos, textos, indumentárias e peças de artesanato, além de audiovisuais. São objetos e obras que vão além dos maracatus, e adentram no universo do trabalho, da religião e das influências que o Maracatu Rural exerceu sobre artistas contemporâneos como Chico Science, Gilberto Gil, Jorge Mautner e Siba.

Com projeto expográfico assinado pela designer pernambucana Júlia Filizola, a exposição conta com mais de 60 fotografias selecionadas, assinadas por diversos fotógrafos pernambucanos como Hans von Manteuffel (alemão/pernambucano), Toni Braga, Pedro Raiz, Ederlan Fábio, Fred Jordão e Afonso Oliveira, além de obras da antropóloga americana Katarina Real que, entre 1950 e 1990, pesquisou sobre o Carnaval do Recife e outras manifestações culturais do Nordeste (suas fotografias foram cedidas pela Fundação Joaquim Nabuco).

Entre os documentos estão troféus, CDs, livros, ferramentas da agricultura, instrumentos e a medalha da Ordem do Mérito Cultural (concedida pelo Ministério da Cultura). Na indumentária, a exposição traz 11 manequins com os figurinos típicos de Caboclos de Lança, Rei, Rainha, Reiamar, Mestre de Apito, Burra, Catirina e Mateus. Destaque também para uma Mesa de Jurema Sagrada, ritual religioso de origem indígena e cultuado por aqueles que fazem o Maracatu Rural, e para o Totem, onde o visitante, de forma interativa, irá conhecer a história e a estética dessa cultura.

O público pode ainda assistir a um documentário produzido especialmente para a exposição, que mostra o Maracatu Rural desde os preparativos, à noite, até as apresentações durante o carnaval. Será exibido também o filme Maracatu Atômico – Kaosnavial (2012), com Jorge Mautner e Mestre Zé Duda, dirigido por Afonso Oliveira e Marcelo Pedroso, produzido na Zona da Mata Pernambucana.

A produção e curadoria Maracatu Rural – A Magia dos Canaviais é assinada por Afonso Oliveira, que tem uma vivência de mais de 30 anos junto a esta manifestação cultural, já tendo desenvolvido diversos projetos com os maracatus rurais.

Quem visitar a exposição viverá uma experiência marcante e única. O Maracatu Rural vai além do colorido de seus caboclos de lança, é um mergulho na história da formação do povo nordestino. É muito representativo trazer este acervo para São Paulo. Aqui vive uma parte de nós.

Maracatu Rural

O maracatu rural ou de baque solto é uma manifestação cultural que surgiu no período republicano, na Zona da Mata, em Pernambuco. A partir da festa dos caboclos, personagens de outras brincadeiras foram se juntando e formando-o como conhecemos hoje. A tradição diz que o primeiro maracatu rural tem local e data de nascimento. O mais antigo foi criado no Engenho Olho d’Água, em Nazaré da Mata, no dia 10 de dezembro de 1914, num sábado, como diz Ernesto Francisco do Nascimento, o mais antigo dos caboclos em atividade e mestre do Maracatu Cambindinha de Araçoiaba.

O protagonista do maracatu rural é o caboclo de lança, de fantasia exuberante com golas e chapéus coloridos, além dos caboclos de pena, das baianas, do rei e da rainha e das damas de buquê. O cortejo do maracatu rural é conduzido por instrumentos de percussão (bombo, tarol, mineiro, porca e gonguê), acompanhado por instrumentos de sopro (trombone e trompete), vindo das orquestras de frevo.

O canto é de responsabilidade do Mestre de Apito ou poeta e contra-mestre. Sambas e marchas feitos de improviso mostram a qualidade e prestígio do Mestre perante à população que, durante o carnaval, aguarda ansiosa para ver qual será o melhor. Durante o carnaval, existem vários encontros de Maracatus, com destaque para os realizados nas cidades de Nazaré da Mata, Aliança e Goiana.

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  • Data: 19/03/2025 06:03
  • Alterado:19/03/2025 18:03
  • Autor: Redação
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