Copom se reúne para decidir sobre elevação da selic

A reunião é a segunda sob o novo comando do presidente do BC, Gabriel Galípolo

  • Data: 19/03/2025 07:03
  • Alterado: 19/03/2025 07:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Banco Central
Copom se reúne para decidir sobre elevação da selic

Crédito:Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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Nesta quarta-feira, dia 19, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil se reunirá para deliberar sobre a taxa básica de juros, conhecida como Selic. Esta será a segunda reunião sob a liderança do novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

O encontro poderá resultar na quinta alta consecutiva da Selic. A última edição do boletim Focus, que compila previsões de analistas de mercado, indica que é esperada uma elevação de 1 ponto percentual, elevando a taxa de 13,25% para 14,25% ao ano.

Durante a reunião anterior, realizada em janeiro, o Copom havia sinalizado que pretendia aumentar os juros em 1 ponto percentual na reunião deste mês. O comitê justificou essa medida citando a intensificação das incertezas no cenário internacional e os desdobramentos do pacote fiscal apresentado pelo governo no final do ano passado.

A decisão oficial será anunciada ao final da reunião desta quarta-feira. Desde que atingiu 10,5% ao ano entre junho e agosto do ano passado, a Selic começou a ser aumentada em setembro, com variações que incluíram um ajuste de 0,25 ponto percentual, seguido por um de 0,5 ponto e duas elevações de 1 ponto percentual.

Desafios Inflacionários

Na ata da última reunião, o Copom expressou preocupações quanto à continuidade do ciclo de aumento da Selic. A instituição alertou que o cenário inflacionário permanece desfavorável no curto prazo, especialmente devido ao crescimento nos preços dos alimentos. Se essa situação persistir, o comitê prevê que a inflação poderá exceder a meta estabelecida pelos próximos seis meses.

O boletim Focus mais recente aponta uma expectativa de inflação para 2025 de 5,66%, ligeiramente superior à projeção anterior de 5,6%. Essa estimativa supera o teto da meta contínua estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3% para este ano, podendo alcançar até 4,5% devido à margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Função da Taxa Selic

A Selic é fundamental nas transações com títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional através do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas econômicas. Essa taxa é o principal mecanismo utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação. A autoridade monetária realiza operações diárias no mercado aberto – comprando e vendendo títulos federais – para garantir que a taxa se mantenha próxima ao valor estipulado nas reuniões do Copom.

Com o aumento da Selic, o objetivo é conter uma demanda aquecida. Juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança, o que pode desacelerar o crescimento econômico. No entanto, os bancos também consideram outros fatores ao definir as taxas cobradas dos consumidores, incluindo risco de inadimplência e custos operacionais.

A redução da Selic geralmente torna o crédito mais acessível, estimulando produção e consumo e potencialmente aliviando as pressões inflacionárias enquanto impulsiona a atividade econômica.

As reuniões do Copom ocorrem a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são apresentadas análises sobre as tendências econômicas brasileiras e globais e sobre o mercado financeiro. No segundo dia, os membros do comitê discutem as opções disponíveis e definem a nova taxa Selic.

Novo Sistema de Metas

A partir deste mês, um novo sistema de meta contínua foi implementado. Agora, a meta de inflação definida pelo Banco Central é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Assim, os limites inferior e superior são estabelecidos em 1,5% e 4,5%, respectivamente.

Com esse modelo contínuo, as metas serão avaliadas mensalmente com base na inflação acumulada nos últimos 12 meses. Por exemplo, em janeiro deste ano, a comparação levará em conta a inflação desde fevereiro de 2024. Esse processo se repetirá nos meses subsequentes. Isso significa que as avaliações não estarão mais restritas aos índices fechados em dezembro.

No último Relatório de Inflação divulgado pelo Banco Central no final de dezembro, foi mantida a previsão de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará 2025 em 4,5%. Entretanto, essa previsão poderá ser ajustada conforme variações no comportamento do câmbio e na inflação. O próximo relatório está programado para ser divulgado no final de março.

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  • Data: 19/03/2025 07:03
  • Alterado:19/03/2025 07:03
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