B+P estreia com disco autointitulado e leva trip-hop tropical para novos territórios
Com letras escritas por Ana e arranjos assinados por André, o trabalho passeia entre o introspectivo e o dançante, sem medo de contrastes
- Data: 14/03/2025 15:03
- Alterado: 14/03/2025 15:03
Desde que começaram a tocar juntos, Ana Blancato e André Paumgartten nunca tiveram pressa em se encaixar em rótulos. O duo brasileiro, batizado de B+P, prefere explorar possibilidades sonoras do que seguir caminhos óbvios. Entre sintetizadores analógicos, beats em downtempo e melodias marcadas pela interpretação visceral de Ana, a dupla construiu uma identidade própria, onde o jazz encontra o trap e o blues se mistura ao trip-hop.
Agora, essa estética ganha forma definitiva no primeiro álbum do B+P, um disco autointitulado que sintetiza quase uma década de parceria. Com letras escritas por Ana e arranjos assinados por André, o trabalho passeia entre o introspectivo e o dançante, sem medo de contrastes. Para completar, o álbum conta com participações especiais que ampliam ainda mais seu universo sonoro, incluindo Prixxx (808 Punks) nos backing vocals, Hugo Rosas (Nosunnydayz) na guitarra e a colaboração na mixagem de Kleber França e Rafael Casqueira, profissionais com passagens por nomes como Planet Hemp, Pitty e Gloria Groove.
Confira o álbum “B+P” aqui: https://tratore.ffm.to/blancatoepaumgartten
“A ideia sempre foi criar algo que fosse realmente nosso, sem compromisso com tendências ou fórmulas prontas”, diz Ana. “Tem músicas aqui que começaram a ser compostas anos atrás, mas só agora achamos a melhor forma de apresentá-las”, acrescenta André.
Faixa a faixa
A primeira música do álbum, “Eu Sei Que Vou Sair”, abre o disco com uma referência ao jazz clássico, influência presente desde os primeiros shows da dupla. Com inspiração no trabalho do Postmodern Jukebox, o arranjo mistura um clima retrô com uma sonoridade contemporânea. Em “Sigo em Frente (Canção da Marinheira)”, os vocais lo-fi se unem ao theremin, ukulele e scratches, criando um ambiente etéreo que reforça a força da interpretação de Ana.
“Você Não Estará (Olha Eu, Oyá)” traz um clima de boemia e dança de salão, com um instrumental que evoca o espírito da Lapa. A letra surgiu primeiro, e o arranjo veio quase de imediato, guiado por essa atmosfera. Já “Fugir do Agora” carrega um tom mais denso, acompanhando a força da composição. Foi uma das faixas mais desafiadoras de produzir, exigindo diferentes experimentações antes de encontrar o tom certo.
“Intensidade” já existia em outra versão, mas ganhou nova vida no disco. André admite ter receio de recriar arranjos para músicas já prontas, mas Ana deu carta branca, e o resultado é uma faixa que brinca com texturas sonoras, incluindo uma introdução com theremin e um dueto onde Ana canta com ela mesma. Em “Tarde Demais”, a influência do trip-hop fica evidente, com um groove hipnótico, scratches e uma produção que remete ao Lovage.
“Ana Drama” também veio de uma composição antiga, repensada especialmente para o álbum. A música carrega a carga emocional da letra e ganhou um arranjo que intensifica essa dramaticidade. O mesmo acontece em*”Dores ao Vento”, onde a voz de Ana se sobrepõe a um instrumental minimalista. Foram diversas versões até chegar a um resultado que fizesse jus à emoção do texto. A faixa ainda traz uma homenagem discreta a “Epic”, do Faith No More, com um piano no final.
“Perdida de Mim (Parte 2)” revisita um single anterior da dupla, lançado em 2024. A referência ao hábito do Defalla de lançar versões alternativas se reflete aqui, com um arranjo que já havia mudado desde o primeiro show pós-lançamento. Em “Escurecendo o Pulmão”, a melodia hipnotizante se une ao falsete de Ana e a um clima psicodélico envolvente.
A faixa “Carma Cruel” nasceu de um pedido inusitado. Ana queria um arranjo que remetesse a Lady Gaga, e André aceitou o desafio, resultando em uma música vibrante e energética. Em “Vai Te Derrubar”, a agressividade da letra exigia um instrumental à altura. A participação de Prixxx nos backing vocals ajudou a reforçar a melodia e a dar mais peso à faixa.
Fechando o álbum, “Queimadura de Gado” veio de uma poesia enviada por Ana para André, que imediatamente pensou em convidar Hugo Rosas para gravar as guitarras. O resultado é um arranjo pensado sob medida para essa participação, finalizado com vocais adicionais de Prixxx e scratches que adicionam mais textura à canção.
Sobre o B+P
O B+P nasceu em 2016, em Uberlândia (MG), da vontade de Ana e André de explorar novas formas de expressão musical. A sintonia foi imediata: em apenas dois dias, já tinham um repertório pronto e um show agendado. Desde então, vêm experimentando e refinando sua sonoridade, sem abrir mão da autenticidade.
Ana Blancato traz na bagagem uma trajetória que passa pelo teatro e pelo jazz, além de experiências em bandas cover de Adele e Evanescence. Sua interpretação, marcada por contrastes entre o trágico e o cômico, encontrou no B+P o espaço ideal para florescer. “A música sempre foi minha forma de contar histórias, e aqui eu posso fazer isso da maneira mais sincera possível”, afirma.
André Paumgartten, por sua vez, construiu sua carreira na cena underground carioca, passando por bandas de punk, hardcore, rock industrial e eletrônico. Criador do 808 Punks, ele se destaca pelo trabalho como multi-instrumentista e pela produção experimental. “Sempre gostei de misturar referências, e o B+P me permitiu explorar isso sem restrições”, comenta.
O primeiro single da dupla, “Perdida de Mim*, lançado em 2024 pelo selo Bonde Music, abriu caminho para o álbum. A faixa chamou a atenção da mídia e levou o duo a se apresentar na TV Globo. Agora, com o disco completo, o B+P dá mais um passo na construção de sua identidade. “Esse álbum é um retrato do que construímos juntos até aqui, mas também do que ainda queremos explorar”, conclui Ana.
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