COP30 promove transformações estruturais em Belém, afirma presidente Lula
Em entrevista, presidente afirma que evento global para debater a mudança do clima trará visibilidade à preservação ambiental e transformará a estrutura da capital do Pará
- Data: 14/02/2025 13:02
- Alterado: 14/02/2025 13:02
- Autor: Redação
- Fonte: Governo Federal
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, COP30, não apenas desempenhará um papel fundamental nas discussões sobre as alterações climáticas, mas também promoverá significativas melhorias na infraestrutura e na qualidade de vida da cidade de Belém, capital do Pará. Essa visão foi expressa pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante uma entrevista concedida à Rádio Clube do Pará, realizada na sexta-feira, 14 de fevereiro.
“Belém passará por uma verdadeira transformação, com a criação de mais espaços culturais, ampliação do saneamento básico e aumento na oferta de hotéis de qualidade”, destacou o presidente.
Em sua fala, Lula enfatizou que esta é a primeira vez que o Governo Federal destina um investimento considerável de quase R$ 5 bilhões para embelezar a cidade. Ele mencionou a intenção de participar da inauguração do Mercado Ver-o-Peso, ressaltando que será uma grande melhoria tanto para os trabalhadores quanto para os consumidores. “Estamos comprometidos em realizar essas melhorias com todo carinho”, afirmou.
Os investimentos planejados incluem também o Mercado de São Brás, a construção do Parque Linear São Joaquim, adequações na infraestrutura da Base Aérea de Belém e reformas no Parque Linear da Doca. Ademais, estão previstas obras relacionadas ao saneamento básico e ao Parque da Cidade, que será o local da conferência. O projeto Porto Futuro II contempla a recuperação de cinco galpões para transformá-los em um complexo voltado ao lazer e à gastronomia. Belém ainda está passando por um processo de modernização em suas ofertas turísticas e na qualificação profissional.
Lula sublinhou que um dos objetivos centrais da COP30 é proporcionar visibilidade à Amazônia e suas comunidades. “A primeira ação é garantir que o mundo conheça a Amazônia. Vamos mostrar as belezas naturais dos rios, fauna e aves. É essencial que as pessoas venham aqui. A Amazônia abriga 29 milhões de habitantes que desejam viver plenamente, trabalhar e ter acesso às oportunidades”, afirmou.
O presidente acredita que essa visibilidade pode facilitar o financiamento necessário para a preservação do ecossistema amazônico. Ele ressaltou que todos os especialistas concordam sobre a necessidade urgente de combater o aquecimento global, destacando o papel vital da floresta nesse contexto. “A América do Sul abriga oito países com florestas amazônicas. Para preservar esses biomas, é imprescindível primeiro promover o conhecimento e depois exigir que os países desenvolvidos contribuam financeiramente”, acrescentou.
Segundo Lula, esse apoio financeiro é vital para reconhecer as comunidades locais que dependem diretamente da floresta. “Sob cada árvore que se deseja preservar há um seringueiro ou um pequeno agricultor que precisa garantir sua sobrevivência. Após desmatarem suas áreas, agora eles precisam da nossa floresta em pé”, enfatizou.
Na ocasião, Lula lembrou compromissos anteriores assumidos pelos países desenvolvidos durante a COP de Copenhague em 2009, onde foi prometido um repasse anual de US$ 100 bilhões para auxiliar países menos favorecidos na preservação florestal — compromisso que não foi cumprido até hoje. “A necessidade atual gira em torno de 1 trilhão e 300 bilhões de dólares. Para garantir a preservação, é fundamental entender que os 29 milhões de habitantes da Amazônia necessitam desse apoio financeiro”, definiu.
Além disso, Lula defendeu a importância da pesquisa sobre possíveis reservas de petróleo na região da margem equatorial amazônica. “Precisamos investigar se existem recursos naquela área a 475 quilômetros do rio. Se encontrarmos petróleo, devemos explorar essa riqueza com responsabilidade e destinar os recursos para fortalecer políticas ambientais e de fiscalização no Brasil”, declarou.
Ele enfatizou a necessidade de seguir todos os requisitos ambientais para qualquer exploração futura: “Devemos agir com responsabilidade para evitar danos ao meio ambiente. O compromisso é fazer com que a Petrobras atenda todas as exigências necessárias”, garantiu Lula. “Queremos demonstrar aos especialistas que é viável realizar prospecção de petróleo sem comprometer nosso patrimônio natural. Outros países vizinhos já estão fazendo isso e não podemos ficar atrás; essa riqueza pode ser crucial para financiar nossa transição energética e garantir o desmatamento zero até 2030 no Brasil”, concluiu.