Maioria dos brasileiros apoia a preservação da Lei da Ficha Limpa

Uma análise recente realizada pela AP Exata – Inteligência Digital revelou que a grande maioria da população brasileira se posiciona firmemente a favor da preservação da Lei da Ficha Limpa. Em um período de intensa discussão, motivada pelas declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre possíveis alterações na legislação, 80,3% das 40 mil publicações analisadas no X, que mencionaram o termo “ficha limpa“, expressaram apoio à manutenção da lei em sua forma atual.

A Lei da Ficha Limpa e seu impacto

A pesquisa, conduzida nos primeiros nove dias de fevereiro, evidencia que a sociedade brasileira não está disposta a aceitar retrocessos nas conquistas em prol de uma política mais ética e transparente. Muitos internautas relembraram que a Lei da Ficha Limpa é o resultado de um significativo movimento popular, tendo sido criada após a coleta de mais de 1,6 milhão de assinaturas que possibilitaram sua apresentação ao Congresso Nacional.

A legislação vigente estabelece a inelegibilidade por um período de oito anos para políticos condenados por crimes como corrupção, abuso de poder econômico ou político, formação de quadrilha, tráfico de drogas e estupro, entre outros. As condenações devem ter sido proferidas por órgãos colegiados, como tribunais de segunda instância ou superiores.

A polêmica sobre possíveis mudanças

Em suas alegações, Bolsonaro criticou o tempo de inelegibilidade imposto pela lei e sugeriu que a mesma tem sido utilizada para fins políticos contra a direita. No entanto, essa postura é vista por muitos como uma tentativa de instrumentalizar a legislação em benefício próprio. Além disso, críticos lembram que a Ficha Limpa já teve impacto na candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva em 2018, apontando uma suposta incoerência entre as ações dos bolsonaristas.

Diante desse cenário, o custo político para aqueles que advogam pela flexibilização ou revogação da Ficha Limpa é elevado. A última década foi marcada por uma politização significativa entre os brasileiros, e propostas que visem modificar uma legislação tão amplamente apoiada podem ser consideradas arriscadas.

Apesar da polarização que ainda permeia o debate político no Brasil, tanto eleitores de direita quanto de esquerda parecem concordar na defesa dessa conquista legislativa. Há um consenso crescente de que a luta contra a corrupção não deve ser relativizada em nome do poder político.