Governo Lula minimiza impacto do aumento do diesel e busca reduzir insatisfação

Petrobras anuncia aumento de 6% no diesel, enquanto governo reforça que o impacto será limitado.

  • Data: 02/02/2025 08:02
  • Alterado: 02/02/2025 08:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS
Governo Lula minimiza impacto do aumento do diesel e busca reduzir insatisfação

Crédito:Divulgação

Você está em:

O governo liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou por minimizar o impacto do recente aumento no preço do diesel promovido pela Petrobras. Assessores do mandatário afirmam que o reajuste, considerado inevitável, não gerará descontentamentos significativos entre a população.

Embora haja um monitoramento ativo da insatisfação entre categorias como os caminhoneiros, até o presente momento, não houve sinais de alerta conforme relatos de membros do Palácio do Planalto.

No último sábado (1º), a Petrobras anunciou um incremento superior a 6% no preço médio do diesel para distribuidoras, elevando-o para R$ 3,72 por litro. Este foi o primeiro ajuste nos preços dos combustíveis em mais de um ano.

De acordo com assessores palacianos, o aumento real é considerado modesto e, portanto, seus efeitos sobre a sociedade devem ser limitados. Destacam ainda que a influência desse reajuste sobre a inflação não é imediata, ao contrário de um aumento nos preços da gasolina.

Os mesmos auxiliares ressaltam que, comparando com o preço do diesel ao final da administração de Jair Bolsonaro (PL) em dezembro de 2022, o custo atual é R$ 0,77 inferior, mesmo após os recentes aumentos.

A administração Lula esperava que uma possível continuidade na queda da cotação do dólar poderia atenuar os efeitos do aumento no preço do diesel. Desde que ultrapassou os R$ 6, a moeda americana tem experimentado uma série de quedas no início deste ano. Na última sexta-feira (31), a cotação encerrou em R$ 5,835, marcando a décima sessão consecutiva de desvalorização frente ao real.

Os auxiliares de Lula consideram que o incremento de aproximadamente R$ 0,22 é baixo e antecipam que seus impactos devem diminuir ainda mais devido à expectativa de variação negativa da moeda nas semanas seguintes.

Em entrevista concedida na quinta-feira (30) no Palácio do Planalto, o presidente enfatizou que não cabe a ele autorizar aumentos no preço dos combustíveis.Desde meu primeiro mandato aprendi que quem determina os reajustes de petróleo e seus derivados é a Petrobras, e não o presidente da República“, afirmou.

Lula complementou que a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, não precisa consultá-lo antes de tomar decisões sobre reajustes se julgar necessário.

A fala do presidente foi interpretada como positiva pelo mercado financeiro.

Além disso, Lula abordou os preços dos combustíveis em dezembro de 2022 sem fazer referência direta ao governo anterior. Ele também comentou sobre o aumento do ICMS, que terá um impacto direto na inflação e afetará igualmente os preços da gasolina.

Com o aumento do ICMS previsto, espera-se que os preços dos combustíveis nos postos subam: R$ 0,06 para o litro do diesel e biodiesel; e R$ 0,10 para gasolina e etanol.

O repasse dos aumentos anunciados pela Petrobras aos consumidores finais dependerá de diversos fatores como impostos aplicáveis, proporção de biodiesel nas misturas e margens de lucro das distribuidoras e revendas.

Além disso, é importante destacar que o mercado brasileiro conta com refinarias privadas e importações que também influenciam na formação dos preços.

No dia 29 de março, a diretoria da Petrobras apresentou ao conselho administrativo da empresa um relatório sobre o cumprimento de sua política de preços no último trimestre de 2024. A estatal argumentou que, apesar das defasagens em relação às cotações internacionais, sua política foi respeitada ao garantir vendas acima dos custos e abaixo dos índices praticados pelos concorrentes, conforme as diretrizes estabelecidas durante a gestão de Jean Paul Prates.

A empresa avaliou que o cenário permanece volátil; no entanto, os preços continuam dentro dos limites definidos por sua política interna.

O aumento no preço do diesel tornou-se uma oportunidade para críticas por parte da oposição ao governo Lula. Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro-chefe da Casa Civil sob Bolsonaro, questionou em suas redes sociais se o governo responsabilizaria seu antecessor por um aumento ocorrido dois anos após sua saída.

Quem o governo vai culpar pelo aumento do diesel em 6%? O governo que acabou há dois anos ou o ex-presidente do BC? Para quem paga mais caro, culpar os outros resolve alguma coisa? Até quando vai continuar esse ‘governo de oposição‘?”, publicou Nogueira.

Do outro lado da balança, membros do Partido dos Trabalhadores usaram as redes sociais para reiterar que os aumentos nos combustíveis são reflexo das alterações no ICMS promovidas pelos estados. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) afirmou: “A culpa pelo aumento nos preços dos combustíveis é dos governadores ao elevarem o ICMS sobre gasolina e óleo diesel. E para piorar essa elevação ocorre exatamente quando os estados registram recordes em arrecadação.

Compartilhar:

  • Data: 02/02/2025 08:02
  • Alterado:02/02/2025 08:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: FOLHAPRESS











Copyright © 2025 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados