Educação pública entra na sigla ESG? O social com impacto e não só assistência
Como as empresas podem atuar de forma colaborativa na veia da rede pública em parceria com os municípios
- Data: 08/08/2023 01:08
- Alterado: 31/08/2023 21:08
- Autor: Be Nogueira
- Fonte: ABCdoABC
Crédito:Foto: Be Nogueira/ABCdoABC
Na terça-feira (1), a Pinacoteca de São Bernardo do Campo foi palco do evento “Ação ESG de grande impacto social”, promovido pela Mind Lab em parceria com a Prefeitura, por meio da Secretaria de Educação. No evento a presença do Prefeito Orlando Morando, dos Secretários Dr. Fernando Longo (Governo), Sílvia Donnini (Educação), do vice-presidente da Mind Lab e eduK, oportunizou trocas acerca dos temas entre os empresários da região.
A sigla ESG (Ambiental, Social e Governança) tem ganho cada vez mais destaque no cenário corporativo, indicando a preocupação das empresas com práticas de responsabilidade social e transparência em sua gestão. No entanto, entender como realizar ações que tenham impacto real de forma também inovadora é o desafio. O encontro serve para oportunizar ideias, trocas e networking.
Dentro dos debates a educação pública se apresenta como um dos setores com muitas possibilidades de ações. O espaço de troca foi como um convite, rico em dados e análises sobre o atual cenário educacional, lapidou ideias de como as instituições podem colaborar de forma eficaz, em problemas desafiadores.
A Secretária de Educação de São Bernardo do Campo, Sílvia Donnini, guia discussão sobre a relação da letra “S” do ESG com a educação. E relembrando que durante a pandemia, a discrepância entre o ensino à distância oferecido pelas escolas particulares e públicas fica ainda mais evidente.
Enquanto alunos de escolas particulares tiveram acesso a um ensino online com tecnologia adequada e suporte, a rede pública enfrentou as dificuldades de uma população com a falta de acesso à tecnologia, de conhecimentos técnicos e demais suportes, resultando em um desempenho até quatro vezes menor. Atualmente, 12% dos 80 mil alunos da cidade apresentaram dificuldades de aprendizagem decorrentes do período de pandemia.
Ao longo de sua palestra, Donnini elucida que muitos dos empresários presentes desconhecem a realidade das escolas públicas, o que frequentemente leva à falta de compreensão dos desafios enfrentados por essas instituições. “Vocês não conhecem a escola pública, escola dos colaboradores e funcionários de vocês, onde os filhos e filhas do Brasil estudam. Uma escola que aceita a todos e todas independentemente da cor de pele, classe social e orientação sexual”.
Para enfrentar a desigualdade, Donnini enfatiza a necessidade de geração de oportunidades. Ela conta que São Bernardo do Campo atende 100% da população de 0 a 11 anos, com escolas de ensino fundamental totalmente municipalizadas. No entanto, o enfrentamento da desigualdade não se limita às crianças, o problema e a solução estendem-se às famílias, muitos dos quais incluem membros que não estudam nem trabalham. Donnini reflete que o “S” no ESG não se trata apenas de assistência social, mas de planos de impacto social.
Além do ensino tradicional, a Secretaria de Educação adota ações que empoderam as crianças e as fazem sentir pertencentes à cidade. Estimulando que as crianças ocupem espaços públicos, como os parques e museus.
Os insights e reflexões compartilhados durante o evento impulsionam a criação de projetos que vão além do claro e se concentram em resolver problemas reais. e traz a importância do apoio às empresas nesse processo e conclamou a colaboração para iniciativas inovadoras com impacto social significativo em combate à vulnerabilidade social.