Garotada aprende a fazer pipas com moradores de rua em São Bernardo
Nas oficinas, oferecidas em biblioteca da cidade, professores são moradores de rua beneficiados por programas sociais da Prefeitura
- Data: 08/07/2015 17:07
- Alterado: 16/08/2023 17:08
- Autor: Marco Borba
- Fonte: PMSBC
Moradores de rua ensinam a garotada a fazer pipas
Crédito:Valmir Franzoi
Brincadeira de criança. Quem ainda não aprendeu terá a oportunidade de fazê-lo na oficina de pipa oferecida ao público infantil de São Bernardo. Iniciadas nesta segunda-feira (6), na Biblioteca Monteiro Lobato (Rua Jurubatuba, 1.415, no Centro), as aulas são aplicadas por moradores em situação de rua atendidos pelo Centro Pop (Centro de Referência Especializado em Atendimento à População em Situação de Rua), programa de acolhimento da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedesc). As oficinas, que terminam quarta-feira (8), acontecem das 9h às 12h e das 14h às 16h.
Os aprendizes são crianças do Clubinho de Leitura, alunos de escolas municipais convidados pela própria biblioteca. É a primeira vez que a oficina é realizada.
As pipas confeccionadas serão colocadas no ar no dia 16 de julho, das 11h às 14h, no Centro Esportivo do Jardim Lavínia (Rua Capitão Casa, 1.500).
Segundo Deyse Andrade Campos, 35, coordenadora do Centro Pop, a iniciativa visa promover a interação, de modo que as crianças conheçam a população de rua e o programa de atendimento oferecido pelo Centro Pop a essa parcela da sociedade.
O estudante Lucca Leria, 7 anos, aproveitou a ida à biblioteca com o padrasto, Marcelo Rafael, 52, (foram fazer a carteirinha que possibilita o empréstimo de livros) para participar da brincadeira. “Achei legal a iniciativa. Ajuda a resgatar as brincadeiras de infância e a tirar a criançada de casa nas férias. Hoje em dia a garotada só quer saber de jogar vídeo game”, elogiou Marcelo.
Para Marcelo Bernardo da Silva, 41, que integra o grupo de seis oficineiros atendidos pelo Centro Pop que participam da iniciativa, a oficina o levou a refletir sobre atitudes que resultaram em sua ida para as ruas. “A gente se sente voltando ao convívio social. Meu filho tem 12 anos e não sabe fazer (pipa). Isso me fez pensar nas coisas erradas que fiz e que me afastaram da família. Agora estou retomando minha vida e quero ensiná-lo. É legal ensinar a garotada e, ao mesmo, me ajudar também.”