Oficinas em São Bernardo reavaliam o papel social do homem
Operários da Frente de Trabalho voltam à sala de aula e participam de oficina que aborda temas como violência doméstica e relações sociais de gênero
- Data: 23/03/2015 15:03
- Alterado: 16/08/2023 16:08
- Autor: Marco Borba
- Fonte: PMSBC
Homens voltam à sala de aula em São Bernardo para refletir sobre seu papel na sociedade
Crédito:Valmir Franzoi
De volta à sala de aula para uma visão contemporânea sobre temas cotidianos relacionados à cidadania. A oficina “Os diversos papéis sociais desempenhados pelo homem na sociedade”, oferecido pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedesc), tem mudado a rotina de dezenas de operários da Frente Municipal de Trabalho da Prefeitura de São Bernardo do Campo.
Todas as terças-feiras, no período da manhã, eles deixam as ferramentas de lado por algumas horas para participar de curso inédito no município voltado à reflexão sobre hábitos e costumes que levam à desigualdade entre homens e mulheres. Nas aulas, iniciadas na semana passada, são apresentados a temas como violência doméstica, relações sociais de gênero, direitos sexuais e reprodutivos, diversidade sexual e Lei Maria da Penha.
Na aula inaugural, o professor Sérgio Barbosa abordou o tema “Relações de Gênero” e, na segunda, “Violência de Gênero e Papéis Masculinos”. Os dois últimos encontros serão sobre “Masculinidade” e “Homens pela Violência Contra a Mulher”.
Na avaliação de Barbosa, o homem deve se conscientizar sobre o novo papel da mulher na sociedade e se integrar a essa nova realidade. “A mulher se emancipou, hoje trabalha fora, ocupa posições de comando que antes eram exclusividade dos homens. O homem que não enxerga isso pode se sentir inferiorizado, diminuído. Essa visão distorcida da realidade pode resultar em conflitos e gerar violência doméstica. O curso procura ajudar o homem a ter essa nova visão. Não dá para o homem continuar com comportamento e hábitos antigos herdados dos pais, que viveram em outra época. O mundo mudou.”
Participam da oficina tanto quem já é casado e tem família constituída como jovens solteiros, na faixa etária entre 20 e 30 anos. Wilheim Rainier, 24, gostou da iniciativa. “O curso abrange vários temas como, por exemplo, situações que resultam em violência contra a mulher. Faz a gente refletir. Não dá para achar que tem de chegar do serviço e encontrar tudo pronto. Se a mulher também trabalha, a gente tem de ajudar em casa, não deixar que ela faça tudo.”
Para Valdinei Santos Pinheiro, 43, morador do Jardim Esmeralda, o curso leva o homem a “pensar”. “Ajuda a gente a ter uma nova visão da vida, entender melhor a família. Muita coisa que vi nessas duas aulas era novidade.”
Depois da turma da frente de trabalho, o curso será aplicado a servidores públicos e à sociedade civil. As aulas acontecem no Centro de Qualificação Profissional/Espaço Cidadania da Sedesc (Avenida Redenção, 271, Centro). A meta é formar 200 homens este ano. O curso segue os moldes de iniciativa semelhante já em andamento no âmbito do Consórcio Intermunicipal.
Ao todo serão 87 oficinas, distribuídas em diversas turmas ao longo do ano. Haverá ainda dois seminários sobre gênero e masculinidade e três atividades abertas preparatórias para a Campanha do Laço Branco – Homens pelo fim da Violência Contra a Mulher, que chega ao terceiro ano.