Renda de pessoas negras equivale a 58% da de brancas, mostra estudo
Análise é do Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais
- Data: 21/03/2025 10:03
- Alterado: 21/03/2025 10:03
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Um estudo recente, publicado pelo Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra) nesta sexta-feira (21), revela que a renda do trabalho principal de indivíduos negros alcançou, em média, 58,3% da renda correspondente a pessoas brancas entre os anos de 2012 e 2023. Este levantamento foi realizado com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme as informações coletadas, a renda média das pessoas negras em 2012 era de R$ 1.049,44, enquanto para as brancas o valor era significativamente maior, totalizando R$ 1.816,28. Em 2023, essas cifras evoluíram para R$ 2.199,04 para negros e R$ 3.729,69 para brancos, resultando em uma diminuição de 1,2 pontos percentuais na desigualdade entre os grupos ao longo do período.
Além disso, o estudo indica que a renda média do trabalho doméstico das mulheres negras se situou em 86,1% do que é recebido pelas mulheres brancas durante o mesmo período. Em 2012, os valores eram de R$ 503,23 para negras e R$ 576 para brancas. Ao analisarem os dados de 2022, observou-se que as mulheres negras obtinham uma renda média de R$ 978,35 em comparação aos R$ 1.184,57 recebidos pelas brancas. Essa comparação revela um aumento de 4,8 pontos percentuais na desigualdade entre esses dois grupos.
No que diz respeito aos cargos gerenciais, em 2012 a população negra representava 53% do total, ocupando apenas 31,5% dos cargos dessa natureza. Já em 2023, esses números subiram para 56,5% da população e 33,7% dos cargos gerenciais. Embora tenha havido um aumento de 3,5 pontos percentuais na proporção de negros na população geral, a participação nos cargos gerenciais cresceu apenas 2,2 pontos percentuais.
Quando se observa a situação das mulheres no ambiente corporativo, nota-se que a proporção das brancas em posições gerenciais aumentou em 1,5 pontos percentuais no mesmo período. No entanto, sua participação na população total diminuiu de 24,1% para 22%. Por outro lado, as mulheres negras mostraram um crescimento tanto na representação populacional — passando de 26,5% em 2012 para 28,5% em 2023 — quanto nas posições gerenciais com um acréscimo de 1,3 pontos percentuais. Esses dados refletem um aumento da desigualdade durante o período analisado.
Em termos de empregadores, a análise revela que a proporção de homens brancos ocupando essa posição era quase cinco vezes superior à das mulheres negras em 2012. Esse número reduziu para quatro vezes mais em 2023; embora a disparidade tenha diminuído ao longo dos anos, os homens brancos ainda dominam esse espaço.
A taxa de desocupação das mulheres negras também merece destaque; em 2012 estava acima da dos homens brancos por uma margem de 6,1 pontos percentuais. Essa diferença aumentou para 8,9 pontos percentuais em 2017 antes de recuar para uma disparidade de 7,4 pontos percentuais em 2023.
O Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais é composto por uma equipe diversificada incluindo especialistas nas áreas racial e social como pensadores da questão racial, estatísticos e economistas. A entidade conta com o apoio do Instituto Çarê, Instituto Ibirapitanga e B3 Social; além de parcerias com Amazon Web Services (AWS), Bain & Company e Daniel Advogados.

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