São Paulo busca alternativas para modernizar o transporte público
A expansão da frota elétrica visa reduzir a emissão de poluentes, mas desafios financeiros e de infraestrutura podem atrasar a meta estabelecida para a cidade
- Data: 23/01/2025 18:01
- Alterado: 23/01/2025 18:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
No dia 23 de novembro, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou planos para a expansão da frota de ônibus elétricos da cidade. Durante um evento realizado no Anhembi, Nunes revelou que a administração municipal pretende introduzir 600 novos ônibus elétricos até 2025, quase triplicando o número atual de 328 veículos em operação.
Entretanto, a projeção ainda está abaixo das necessidades imediatas da cidade, uma vez que cerca de 3.400 ônibus em operação devem ser substituídos até o final do ano, de acordo com a legislação municipal que limita a idade dos veículos a dez anos.
Medidas para otimizar a transição
Durante a apresentação dos novos veículos, Nunes justificou a decisão tomada no final de 2024, que permite a circulação na cidade de ônibus fabricados nos anos de 2012, 2013 e 2014. O prefeito defendeu que essa medida visa otimizar as finanças públicas e as condições ambientais do transporte público. “Acreditamos que é preferível manter ônibus com uma ou duas décadas adicionais de uso, desde que esses sejam substituídos por modelos elétricos mais modernos e eficientes”, comentou.
Além disso, Nunes vetou uma proposta que permitiria às empresas de transporte renovar suas frotas com até metade dos veículos movidos a combustíveis fósseis. Essa proposta foi parte de uma lei promulgada pelo ex-vereador Milton Leite (União), aprovada pela Câmara Municipal em dezembro passado.
Desafios da implementação e financiamento
A transição para ônibus elétricos enfrenta desafios significativos, especialmente a falta de infraestrutura de recarga e a escassez de oferta de veículos pelos fabricantes. O prefeito também mencionou que a concessionária Enel solicitou R$ 1,6 bilhão para o desenvolvimento da infraestrutura necessária. “Estamos explorando alternativas para expandir as opções de abastecimento nos terminais”, afirmou Nunes.
Ilan Cuperstein, representante da Iniciativa Zebra, destacou que uma das soluções para facilitar o reabastecimento seria a criação de eletroterminais em locais estratégicos, uma medida já implementada em Salvador.
A Prefeitura de São Paulo também está buscando financiamentos internacionais para acelerar a transição. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Mundial concederam um empréstimo de US$ 500 milhões (aproximadamente R$ 2,5 bilhões na época) para a aquisição de 2.600 ônibus elétricos. Além disso, recentemente, Nunes firmou um contrato com o BNDES no valor de R$ 2,5 bilhões.
Custo e benefícios da transição
Embora o custo médio de um ônibus elétrico seja de R$ 2,2 milhões, em comparação com R$ 700 mil para um veículo a diesel, a economia com combustível pode chegar a R$ 20 mil mensais por veículo, totalizando R$ 2,4 milhões em uma década.
Os novos ônibus apresentados pela prefeitura custaram R$ 213 milhões aos cofres municipais e elevaram a frota elétrica da cidade para 428 veículos, além dos 201 trólebus já existentes. A distribuição desses novos ônibus ocorrerá principalmente nas zonas oeste e leste de São Paulo, com benefícios significativos esperados para essas regiões. Todos os novos veículos estarão equipados com ar-condicionado, internet Wi-Fi gratuita e pontos USB para recarga de dispositivos móveis.

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