Operação ‘Scream Fake’: 12 presos em ação contra o PCC e ONG em São Paulo
Entre os detidos, destacam-se o presidente e o vice-presidente da organização não governamental (ONG) Pacto Social & Carcerário, sediada em São Bernardo
- Data: 14/01/2025 17:01
- Alterado: 14/01/2025 17:01
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Crédito:Polícia Civil SP/Divulgação
Na manhã desta terça-feira, 14 de novembro, uma operação coordenada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil de São Paulo resultou na prisão de 12 indivíduos supostamente vinculados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os detidos, destacam-se o presidente e o vice-presidente da organização não governamental (ONG) Pacto Social & Carcerário, sediada em São Bernardo do Campo, conhecida por prestar apoio a detentos e egressos do sistema prisional. Três advogados também foram apreendidos durante a ação.
Intitulada “Scream Fake“, a operação cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em diversas localidades, incluindo a capital paulista e cidades como Guarulhos, Presidente Prudente, Flórida Paulista, Irapuru, Presidente Venceslau, Ribeirão Preto e Londrina, no Paraná. Durante as investigações, as autoridades recolheram celulares, documentos e anotações que serão submetidos a análises detalhadas.
O nome da operação faz alusão ao documentário “O Grito“, disponível na Netflix, que aborda as condições dos detentos no sistema penitenciário brasileiro, no qual a ONG Pacto Social & Carcerário é mencionada com destaque.
As investigações tiveram início há aproximadamente três anos, após um visitante da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau tentar entrar na unidade com cartões de memória ocultos nas vestimentas. Os objetos foram confiscados e analisados junto a manuscritos de presos que revelaram práticas criminosas ligadas a diferentes setores do PCC. Esses setores eram organizados em núcleos denominados “gravatas” (advogados), “saúde” e “financeiro“.
Além disso, foi identificado um núcleo chamado “reivindicações“, responsável por promover manifestações públicas e denúncias infundadas visando desestabilizar o sistema de Justiça Criminal. A ONG estaria envolvida nessa atividade ao convocar manifestações e protocolar ações judiciais. O promotor Lincoln Gakiya explicou que as informações coletadas eram utilizadas tanto em atos públicos quanto em ações judiciais com o objetivo de desacreditar as instituições estaduais.
Os investigadores esclareceram que, apesar de registrada legalmente, a ONG não recebia recursos financeiros públicos ou privados, funcionando como uma fachada. A sede da organização era um endereço residencial comum.
Em uma coletiva realizada na cidade de São Paulo, o promotor Gakiya negou que a operação tivesse a intenção de criminalizar o trabalho das ONGs. Ele enfatizou que as evidências coletadas durante a investigação demonstraram claramente que os diretores da ONG estavam em comunhão com advogados e detentos do PCC. As manifestações organizadas pela ONG não eram autênticas expressões familiares, mas sim orquestradas por integrantes da facção criminosa.
A Justiça também determinou a suspensão das atividades da ONG Pacto Social & Carcerário e a remoção de seus conteúdos das redes sociais. A Agência Brasil tentou entrar em contato com representantes da ONG e seus advogados, mas até o momento não obteve resposta. O espaço permanece aberto para qualquer manifestação.
No contexto da operação, o núcleo conhecido como “gravatas” também foi alvo das investigações. Os advogados presos desempenhavam funções que iam além da assistência jurídica aos membros do PCC; eles também gerenciavam áreas como saúde e reivindicações.
Estes profissionais tinham a incumbência de selecionar médicos e dentistas sem vínculos diretos com o PCC para atender os internos nas penitenciárias. Os serviços prestados incluíam intervenções cirúrgicas estéticas bem remuneradas para líderes da facção criminosa. Segundo os investigadores, esse setor atuava como uma espécie de plano de saúde voltado para os membros privilegiados do crime organizado.
As apurações revelaram que os financiamentos para esses procedimentos vinham de atividades criminosas intermediadas pelo setor financeiro do PCC. O delegado Edmar Caparroz, do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter) 8, afirmou que o serviço era restrito apenas aos integrantes mais influentes da facção.
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