MST realiza ações coordenadas em todas as regiões do Brasil

Os protestos visam solicitar maior apoio à reforma agrária e expressar críticas ao modelo do agronegócio vigente no país.

  • Data: 14/03/2025 16:03
  • Alterado: 14/03/2025 16:03
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Assessoria
MST realiza ações coordenadas em todas as regiões do Brasil

Crédito:Reprodução

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Entre os dias 11 e 14 de março, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) coordenou mais de 70 manifestações e ocupações em diversas regiões do Brasil. Os protestos visam solicitar maior apoio à reforma agrária e expressar críticas ao modelo do agronegócio vigente no país.

Na capital paulista, os manifestantes concentraram-se em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em Minas Gerais, a participação do MST na manifestação #8M, em Belo Horizonte, destacou a união entre sindicatos, partidos e movimentos sociais na luta contra a violência de gênero. Em uma das ações mais significativas, no Espírito Santo, membros do movimento ocuparam uma área da empresa Suzano, localizada em Aracruz, como forma de protesto contra suas operações.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) manifestou descontentamento com as ocupações que ocorreram em áreas destinadas ao cultivo de eucalipto, alegando que essas ações infringem o direito à propriedade privada. Em nota oficial, a entidade expressou a expectativa de que o MST se adapte à legislação vigente sem causar prejuízos às empresas.

No Nordeste, as mulheres do MST levantaram bandeiras contra a poluição dos rios provocada pela Mineração Vale Verde em Alagoas. Na Bahia, famílias ocuparam terras na Chapada Diamantina exigindo sua destinação para a reforma agrária. Enquanto isso, no Ceará, um protesto ocorreu no Perímetro de Irrigação Tabuleiro de Russas, uma área considerada estratégica para o agronegócio.

No Rio Grande do Norte, os manifestantes demonstraram contra conflitos territoriais supostamente gerados pela expansão da energia renovável. Em Sergipe, camponesas bloquearam a BR-101 e realizaram a distribuição de alimentos. Os protestos na Paraíba e no Piauí também abordaram os impactos negativos de projetos energéticos e privatizações.

No Sul do país, mulheres ocuparam uma praça em São José do Cedro (SC) e realizaram protestos no Rio Grande do Sul contra a empresa CMPC, que é acusada de prejudicar o bioma Pampa através de suas atividades silviculturais. No Paraná, o coletivo Marmitas da Terra promoveu uma ação solidária no território indígena Cristo Purunã.

No Centro-Oeste, as ações do MST incluíram o plantio de árvores e a distribuição de alimentos em um acampamento localizado no Distrito Federal. Em Goiás, debates sobre reforma agrária foram organizados no Acampamento Dom Tomás Balduíno. No Mato Grosso, manifestantes se reuniram na Assembleia Legislativa para protestar contra propostas que poderiam aumentar o desmatamento e flexibilizar o uso de agrotóxicos.

Na Região Norte, mulheres ocuparam um trecho da BR-010 no Maranhão e participaram de uma audiência pública na Câmara Municipal de Parauapebas, no Pará. Nos estados de Roraima e Tocantins, as discussões se concentraram na oposição ao agronegócio e nas condições de segurança para as trabalhadoras rurais.

O governo Lula anunciou um remanejamento orçamentário que destina cerca de R$ 40 bilhões para aliados políticos e programas vinculados ao Partido dos Trabalhadores (PT), incluindo iniciativas do MST. As novas despesas foram apresentadas pelo Ministério do Planejamento ao Congresso Nacional e serão financiadas através de cortes em outras áreas.

Dentro desse contexto orçamentário, o MST será beneficiado por duas linhas distintas que totalizam R$ 750 milhões: R$ 400 milhões para aquisição de alimentos oriundos da agricultura familiar e R$ 350 milhões destinados ao Fundo de Terras e à Reforma Agrária.

Recentemente, Lula visitou pela primeira vez um assentamento do MST durante seu atual mandato. Na ocasião, ele ouviu críticas dos membros presentes e reafirmou seu conhecimento sobre quem são “os aliados históricos e os de ocasião”.

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  • Data: 14/03/2025 04:03
  • Alterado:14/03/2025 16:03
  • Autor: Redação ABCdoABC
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