MP-SP investiga casos de perda de visão em pacientes após cirurgia de catarata
Governo promete responsabilização e revisão de protocolos de saúde
- Data: 11/02/2025 07:02
- Alterado: 11/02/2025 07:02
- Autor: Redação
- Fonte: MP-SP
Um inquérito foi instaurado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) para investigar as circunstâncias em que 12 pacientes perderam a visão ou desenvolveram sequelas graves após um mutirão de cirurgias de catarata realizado no Ambulatório de Especialidades Médicas (AME) de Taquaritinga, município situado a 83 quilômetros de Ribeirão Preto.
As intervenções cirúrgicas ocorreram no dia 21 de outubro de 2024 e foram realizadas pelo Grupo Santa Casa de Franca, uma Organização Social de Saúde (OSS) contratada pelo governo do estado. Após os procedimentos, os pacientes relataram dor intensa, vermelhidão nos olhos e, em alguns casos, infecções que colocaram suas vidas em risco.
Nesta terça-feira (11), uma equipe especializada do Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto iniciou o acompanhamento dos afetados. O oftalmologista André Messias, responsável pela avaliação, declarou: “Faremos todos os exames necessários para verificar se ainda há viabilidade de recuperação da visão ou do globo ocular”.
Os relatos dos pacientes sobre a cirurgia têm levantado questões sérias sobre o procedimento e sua supervisão. Ao todo, 23 pessoas foram operadas durante o mutirão, e muitos alegaram não ter sido informados adequadamente sobre os riscos envolvidos.
A Secretaria Estadual de Saúde tomou conhecimento dos problemas apenas em janeiro deste ano, após um alerta da OSS. A administração do AME informou que uma sindicância interna foi aberta para apurar os fatos, constatando que houve uma troca nos protocolos assistenciais durante o preparo cirúrgico no dia do mutirão. Como resultado, todos os profissionais envolvidos foram afastados e medidas corretivas foram implementadas.
Ainda não se sabe ao certo qual foi a causa exata dos problemas enfrentados pelos pacientes. Entretanto, técnicos das vigilâncias sanitárias estadual e municipal identificaram falhas na sala de esterilização do AME, levando à interdição da área e suspensão das cirurgias.
Os pacientes afetados expressaram sua frustração e desespero. Alguns relatam que suas vidas mudaram drasticamente após a cirurgia. Mauri Guarnieri, de 56 anos, que vendia pão em Ibitinga, afirmou: “Minha vida parou após a cirurgia; agora dependo dos outros para tudo”. Outras vítimas também relataram perda total ou parcial da visão e dificuldades emocionais significativas.
Com relação às ações futuras, muitos pacientes já buscam justiça e indenizações por danos morais. Carlos Augusto Rinaldi, um dos afetados, registrou um boletim de ocorrência e pretende processar por perdas financeiras e emocionais.
O governador Tarcísio de Freitas se pronunciou sobre o caso, considerando-o “pontual”, e assegurou que a Organização Social será responsabilizada. Ele também afirmou que medidas serão tomadas para evitar recorrências desse tipo no sistema de saúde pública.
Este episódio levanta sérias preocupações sobre a qualidade dos serviços prestados nas unidades de saúde pública em São Paulo e a necessidade urgente de revisão nos protocolos operacionais para garantir a segurança dos pacientes.

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