Marinha retoma buscas após colapso da Ponte Juscelino Kubitschek
Até o momento, 14 pessoas foram localizadas e identificadas
- Data: 09/01/2025 11:01
- Alterado: 09/01/2025 11:01
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Crédito:Bombeiros Militar/Governo do Tocantins
A Marinha do Brasil anunciou, nesta quinta-feira (9), a retomada das operações de mergulho para localizar as vítimas desaparecidas no acidente envolvendo a Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, situada na fronteira entre os estados do Maranhão e Tocantins. As atividades de mergulho, que foram suspensas temporariamente, agora se concentrarão em novas áreas mais abaixo da correnteza do rio, onde ainda não haviam sido realizadas buscas.
Até o momento, as autoridades conseguiram localizar e identificar 14 pessoas, enquanto três indivíduos continuam desaparecidos. As operações haviam sido interrompidas devido à necessidade de abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Estreito, em razão do aumento do nível do reservatório causado pelas intensas chuvas na região.
De acordo com a Marinha, a decisão de retomar os mergulhos foi tomada após o Consórcio Estreito Energia (CESTE) informar que seria possível manter a vazão da usina controlada por alguns dias. Isso permitirá que sejam realizadas novas janelas de mergulho sem o risco adicional trazido pela forte correnteza.
A nota emitida pela Marinha também destacou que as condições de operação serão reavaliadas periodicamente. Na quarta-feira (8), a Base Avançada de Mergulho foi deslocada para uma área mais segura devido ao risco de alagamento na localização anterior, que estava sob ameaça pelo aumento da vazão das águas.
As vítimas ainda não encontradas são: Salmon Alves Santos, 65 anos; Felipe Giuvannuci Ribeiro, 10 anos; e Gessimar Ferreira da Costa, 38 anos. O colapso da ponte ocorreu no dia 22 de dezembro de 2024, quando três veículos de passeio, três motocicletas e quatro caminhões caíram no Rio Tocantins com um total de 18 pessoas a bordo. A operação de busca e resgate começou imediatamente após o acidente.
No dia seguinte ao colapso, uma equipe composta por 64 mergulhadores especializados foi mobilizada, incluindo membros da Marinha e dos Corpos de Bombeiros dos estados afetados. Além disso, foram utilizados drones subaquáticos e aéreos, bem como câmaras hiperbáricas para garantir a segurança dos mergulhadores envolvidos nas operações.
Em meio aos esforços de resgate, constatou-se que dois dos caminhões que caíram transportavam ácido sulfúrico e outro carregava agrotóxicos. Após o acidente, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizaram uma análise emergencial da qualidade da água do rio. Os testes feitos entre 24 e 29 de dezembro não revelaram contaminação por agrotóxicos.
No entanto, o Ibama alertou sobre o risco contínuo representado pelos materiais químicos ainda depositados no fundo do rio, que podem levar a rompimentos e contaminações futuras. O órgão ressaltou que as empresas responsáveis pelos caminhões carregados com substâncias perigosas foram convocadas para auxiliar na elaboração de Planos de Atendimento à Emergência (PAEs) visando a mitigação dos impactos ambientais decorrentes do incidente.
Na última terça-feira, o Ibama também acompanhou os trabalhos realizados por mergulhadores contratados pela empresa Sumitomo para avaliar o posicionamento dos veículos e das bombonas contendo agrotóxicos no fundo do Rio Tocantins.