Jovem de 22 anos é vítima de homofobia em São Bernardo

Roger Passebom é agredido após comemoração de seu aniversário quando saía de casa noturna em São Bernardo. Espancado, está internado em estado grave no Hospital de Clínicas

  • Data: 25/09/2019 11:09
  • Alterado: 25/09/2019 11:09
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Jovem de 22 anos é vítima de homofobia em São Bernardo

Crédito:Reprodução TV Globo

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Três supostos agressores do jovem espancado no último fim de semana em uma boate em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, se apresentaram à Polícia Civil nesta terça-feira, 24. Na saída da casa noturna, Roger Passebom Junior, de 22 anos, foi agredido por um grupo de seis pessoas e está hospitalizado em estado grave. O trio foi indiciado por lesão corporal com motivação homofóbica, segundo a Secretaria da Segurança Pública.

Eles foram indiciados após prestar depoimento no 1º Distrito Policial (DP) da cidade. O advogado criminal José Beraldo, que representa a família da vítima, diz ter entendimento diferente do caso. “O delegado entendeu por lesão corporal, mas entendo que é tentativa de homicídio gravíssimo, crime de racismo e crime homofóbico. É um crime de ódio no meu entendimento. Amanhã pedirei a prisão dos três agressores junto ao Ministério Público”, afirmou.

Junior, que é homossexual, comemorava seu aniversário na boate Fantastic Lounge Club e está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal de Clínicas de São Bernanrdo. O jovem já foi submetido a uma “cirurgia e a uma craniotomia para drenagem de hematoma no cérebro”, informou a Secretaria Municipal de Saúde.

Na noite desta terça, ainda conforme a pasta, ele estava sedado “e fazendo uso de medicamentos vasoativos para regulação da frequência cardíaca”. A equipe médica aguarda melhora clínica do rapaz para realização de nova tomografia.

A boate Fantastic Lounge Club divulgou nota nesta segunda-feira, 23, afirmando que o episódio “ocorreu fora das dependências da casa de shows”. A casa noturna disse também não compactuar “com nenhum ato de homofobia e violência” e que se coloca “à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento”. A Polícia Civil conseguiu imagens da câmera de segurança de um estabelecimento comercial próximo ao local da agressão e as analisa na tentativa de identificar outros suspeitos.

NESTE ANO, SUPREMO EQUIPAROU HOMOFOBIA A RACISMO
Em junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu enquadrar a homofobia e a transfobia como racismo. Dessa forma, os ministros do Supremo entenderam que a legislação sobre racismo, em vigor desde 1989 no País, também deve ser aplicada para quem praticar condutas discriminatórias homofóbicas e transfóbicas, sejam elas disparadas contra a homossexuais, transexuais ou contra heterossexuais que eventualmente sejam identificados pelo agressor como LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).

A decisão foi tomada diante de duas ações movidas pelo Partido Popular Socialista (PPS) e pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).  Não haverá alteração no texto da legislação penal brasileira. A decisão tem efeito vinculante, ou seja, a Corte entende que há uma lacuna na Constituição no que diz respeito às vítimas de homofobia.

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  • Data: 25/09/2019 11:09
  • Alterado:25/09/2019 11:09
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