Governo de SP Investe R$ 5 Milhões na Restauração da “Alcatraz Brasileira”
Investimento busca preservar as ruínas da antiga prisão da Ilha Anchieta, palco de uma das maiores rebeliões carcerárias do Brasil, e impulsionar o turismo no litoral norte paulista.
- Data: 23/03/2025 10:03
- Alterado: 23/03/2025 10:03
- Autor: Suzana Rodrigues
- Fonte: FolhaPress
O Governo de São Paulo está investindo R$ 5 milhões na restauração das ruínas da antiga prisão da Ilha Anchieta, em Ubatuba, no litoral norte do estado. O objetivo é conter a deterioração das construções e impulsionar o turismo no local, que se tornou Parque Estadual em 1977 e recebe cerca de 60 mil visitantes por ano. As obras começaram em abril de 2024 e têm previsão de conclusão para junho deste ano.
A prisão, conhecida como “Alcatraz Brasileira”, foi palco de uma das mais violentas rebeliões carcerárias do país, em 1952, quando 400 presos se amotinaram, resultando em 108 detentos e dez funcionários mortos. O episódio levou ao fechamento do presídio em 1955.
Obras e Desafios
A restauração abrange oito pavilhões e anexos, como a solitária. Os telhados, em avançado estado de deterioração, foram removidos, e as barras de ferro das janelas e portas tiveram o mesmo destino. Além disso, os pisos foram reforçados ou substituídos, e um dos pavilhões será transformado em um jardim.
Devido à localização da ilha, as obras enfrentam desafios logísticos, como a dependência da maré para o transporte de materiais. Segundo Álvaro Netto, engenheiro responsável pelo projeto, imprevistos e dificuldades no acesso atrasaram a conclusão, inicialmente prevista para fevereiro.
Infraestrutura e Sustentabilidade
Além da restauração, a Ilha Anchieta passa por melhorias estruturais para oferecer uma experiência mais completa aos visitantes. A administração do local foi concedida à empresa Green Haven, que, desde 2023, opera um hostel, restaurante e loja de souvenirs.
A ilha também mantém projetos ambientais para restaurar a vegetação nativa e controlar espécies invasoras. A história da Ilha Anchieta atrai turistas de diversas nacionalidades, incluindo japoneses, devido à presença de 170 prisioneiros japoneses no local durante a Segunda Guerra Mundial, e búlgaros, por conta da trágica história dos imigrantes da Bessarábia que morreram envenenados após consumir mandioca brava na década de 1920.
A Ilha Anchieta segue sendo um importante patrimônio histórico e ambiental, combinando preservação, turismo e memórias de um passado marcante.

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