Furtos de cabos elétricos no Brasil disparam

Em 2024, perdas superam R$ 26 milhões; distribuidoras buscam soluções.

  • Data: 20/03/2025 08:03
  • Alterado: 20/03/2025 09:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Abradee
Furtos de cabos elétricos no Brasil disparam

Cabos

Crédito:Reprodução - G1

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O Brasil tem enfrentado um crescimento alarmante nos furtos de cabos de energia elétrica, o que resulta em interrupções no fornecimento de energia e internet, além de significativas perdas financeiras para consumidores e empresas. De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), mais de 100 toneladas de fios foram subtraídas somente em 2024, gerando um prejuízo estimado em R$ 26 milhões para as distribuidoras.

Durante o ano anterior, foram contabilizados mais de 15 mil incidentes relacionados ao furto de cabos em todo o país. Em São Paulo, por exemplo, os números são especialmente preocupantes: apenas no mês de janeiro deste ano, houve 5.029 ocorrências, resultando em uma média diária de 40 furtos na capital.

A Enel, concessionária responsável pelo fornecimento em 24 cidades do estado paulista, conseguiu reduzir os casos em 23% ao longo de 2024 através da implementação de tecnologias como sensores e monitoramento remoto. No entanto, mesmo com esses esforços, ainda foram registrados 16.081 furtos na sua área de concessão.

A situação é igualmente grave em outras operadoras. A Neoenergia, atuando em cinco estados, relatou perdas superiores a R$ 10 milhões devido aos furtos. Por outro lado, a Equatorial, que opera em sete estados, viu um aumento alarmante de 47% nos incidentes, com um total de 197 ocorrências e mais de 38 toneladas de fios roubados este ano.

No Rio de Janeiro, a Light também observou um crescimento significativo: em 2023, ocorreram 247 furtos com a subtração de 14.290 metros de cabos e um prejuízo estimado em R$ 1,2 milhão. Já em 2024, esses números dispararam para 338 casos e impressionantes 71.215 metros roubados, causando um impacto financeiro que chega a R$ 8,9 milhões.

Consequências para a Comunidade

A onda crescente de furtos não afeta apenas as empresas; milhares de brasileiros são diretamente prejudicados pela falta de energia e internet. Um exemplo é o comerciante Rodrigo Ferreira de Souza, que relata: “Subiram no telhado da minha casa e roubaram toda a fiação de energia. Quando entrei, estava sem luz para nada. O prejuízo foi de aproximadamente mil reais”.

Além dos danos financeiros, esses crimes trazem riscos à saúde pública. A prática comum entre os ladrões é queimar os fios para separar o cobre do plástico, gerando uma fumaça tóxica que pode invadir residências e prédios próximos.

A segurança dos próprios criminosos também está ameaçada; no último ano, 54 pessoas morreram eletrocutadas enquanto tentavam furtar cabos elétricos — um aumento impressionante de 260% em comparação a 2014.

A receptação dos fios furtados alimenta uma rede criminosa que se relaciona com atividades ilícitas como o tráfico de drogas. Embora a Polícia Civil esteja realizando operações para combater essa prática nas ferros-velhos e depósitos recicladores, a questão continua a ser um desafio persistente.

Márcio Kenji Ito, investigador da polícia, comenta: “A receptação fomenta o furto, e o furto fomenta o tráfico e o consumo de drogas. A pena para esse crime varia entre 1 a 4 anos — equivalente à pena do furto simples — o que acaba favorecendo os infratores”.

Soluções para combater este crescente problema

Diante da escalada dos furtos, as distribuidoras estão investindo em tecnologias avançadas e medidas preventivas para mitigar os impactos desse crime. Entre as iniciativas adotadas estão:

  • Substituição dos fios de cobre por alternativas feitas de alumínio, que possuem menor valor comercial;
  • Instalação de proteções mecânicas como tubulações galvanizadas e concretagem nas redes subterrâneas;
  • Monitoramento remoto utilizando sensores e alarmes;
  • Rondas frequentes realizadas por equipes dedicadas à segurança patrimonial.

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  • Data: 20/03/2025 08:03
  • Alterado:20/03/2025 09:03
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