Estudo inédito vai investigar variações genéticas de risco para o TOC

Você tem sintomas ou diagnóstico de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) ou de transtornos relacionados ao TOC? Pesquisadores buscam participantes para entender a genética do transtorno em um estudo pioneiro no Brasil.

  • Data: 11/03/2025 13:03
  • Alterado: 11/03/2025 13:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria
Estudo inédito vai investigar variações genéticas de risco para o TOC

High Angle View Of Female Doctor Comforting Depressed Patient Sitting At Table

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Conhecer a genética do TOC pode contribuir para entender o transtorno e ajudar no desenvolvimento de novas formas de diagnóstico e tratamento. No entanto, quase todos os estudos sobre genética do TOC foram feitos com pessoas de ascendência europeia.

Uma equipe de pesquisadores do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq-HCFMUSP) em parceria com pesquisadores de 9 universidades federais estão trabalhando para mudar essa realidade e entender melhor a genética do TOC nos brasileiros.

Esse é o primeiro estudo sobre genética do TOC realizado no Brasil”, afirma a geneticista Carolina Cappi, coordenadora e líder do gen_TOC. Segundo Cappi, estudar uma população miscigenada, como a brasileira, nos ajudará a compreender e tratar pessoas de qualquer ancestralidade: “Uma amostra mais diversificada aumentará ainda mais nossa capacidade de detectar, diagnosticar e tratar indivíduos de ascendência brasileira e latina”, ressalta.

Para que isso seja possível, é fundamental contar com muitos participantes, o que permitirá obter resultados confiáveis do ponto de vista estatístico. Por isso, pessoas com sintomas ou diagnóstico de TOC, ou transtornos relacionados, entre 4 e 89 anos, que tenham nascido no Brasil ou qualquer país da América Latina estão convidadas a participar da pesquisa. Familiares desses sujeitos, independente de terem sintomas, também são convidados a participar.

O projeto já recrutou cerca de 900 participantes e 200 famílias, mas o objetivo é chegar a 2.500 indivíduos e 500 famílias até 2026.

O Transtorno Obsessivo-Compulsivo

Ao contrário do que se costuma pensar, o TOC, que afeta entre 2% a 3% da população mundial, não é sinônimo de mania de limpeza ou de organização. O transtorno é caracterizado pela presença de obsessões e/ou compulsões que ocupam tempo diário, causam sofrimento e afetam a vida social, amorosa, acadêmica ou profissional.

Apesar disso, o TOC é um transtorno subdiagnosticado e muito estigmatizado. Já existem dados de que pacientes com TOC levam, em média, 8 anos para buscar ajuda, o que torna os sintomas mais intensos e resistentes ao tratamento. Um dos motivos para essa espera é o estigma social e a vergonha, já que os sintomas podem incluir ideias perturbadoras associadas a tabus, como violência, questionamentos morais, sexuais e religiosos.

O TOC é um transtorno altamente comórbido com outros transtornos psiquiátricos, principalmente com a depressão e transtornos de ansiedade, causando muitos prejuízos funcionais e redução da qualidade de vida. Devido a semelhanças clínicas, outros transtornos, como Transtorno de Acumulação, Transtorno Dismórfico Corporal, Tricotilomania e Transtorno de Escoriação são considerados relacionados ao TOC. Transtornos de Tiques e Síndrome de Tourette, apesar de não serem classificados no mesmo grupo, também apresentam alta prevalência em pacientes com TOC.

Além do recrutamento, o gen_TOC está empenhado em divulgar informações importantes sobre o TOC por meio das redes sociais e palestras. Para diminuir o sofrimento causado pelos sintomas do TOC é fundamental lançar luz sobre o transtorno, seja por meio de campanhas educativas, treinamento para os profissionais de saúde ou pesquisas que ajudem a entender o transtorno.

Quem pode participar?

Pessoas nascidas no Brasil ou América Latina, com sintomas ou diagnóstico de TOC, Transtorno de Acumulação, Transtorno Dismórfico Corporal, Tricotilomania, Transtorno de Escoriação, Transtorno de Tiques ou Síndrome de Tourette, entre 4 e 89 anos e seus familiares.

Como participar?

A participação é gratuita e o contato pode ser feito através do WhatsApp (11) 94027-3459. O gen_TOC tem postos de coleta nas cidades de São Paulo (SP), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e São Luís (MA), e realiza coletas e entrevistas a distância para residentes de todo o território nacional.

Como funciona?

Após contato no WhatsApp, será preenchido um formulário para avaliação dos sintomas, seguido de uma triagem telefônica. Nos postos, será realizada uma coleta de material biológico (saliva) e uma entrevista clínica para detectar sintomas psiquiátricos. O participante não precisa ter um diagnóstico prévio.

Sobre a pesquisa

O gen_TOC é um projeto internacional do Instituto de Psiquiatria (IPq- HCFMUSP) em coparticipação da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade da Bahia (UFBA), a Universidade do Maranhão (UFMA) e a Universidade Federal do Pará.

Além disso, o projeto tem colaboração com instituições dos Estados Unidos (EUA) e recebe financiamento do Instituto Nacional de Saúde Mental (NIHM) dos EUA, em pesquisas lideradas pela Baylor College of Medicine (Texas) e Mount Sinai Hospital (Nova Iorque).

Contatos

Para inscrições, entrar em contato através do WhatsApp oficial do projeto: (11) 94027-3459. Para informações adicionais, como entrevistas, palestras, indicações de personagens e afins, entrar em contato com Monicke Lima, coordenadora do gen_TOC e doutoranda do Programa de Psiquiatria, através do WhatsApp (11)94521-1385, ou por e-mail: [email protected].

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  • Data: 11/03/2025 01:03
  • Alterado:11/03/2025 13:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria











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