Em audiência sobre a Linha 20 – Rosa, Metrô garante impactos mínimos e benefícios à população
Em audiência pública realizada em São Bernardo, Metrô declara que a Linha 20 - Rosa deve gerar uma economia anual de R$ 3,5 milhões uma vez pronta
- Data: 03/02/2024 16:02
- Alterado: 03/02/2024 16:02
- Autor: Rodilei Morais
- Fonte: ABCdoABC
Audiência pública sobre a Linha 20 - Rosa realizada na Universidade Metodista, em São Bernardo
Crédito:Rodilei Morais/ABCdoABC
Após os eventos em São Paulo e Santo André, a terceira audiência pública sobre os estudos de impacto da implantação da Linha 20 – Rosa do Metrô foi realizada na noite desta quarta-feira em São Bernardo do Campo. Representantes da companhia e técnicos contratados apresentaram os números das obras, os benefícios e impactos esperados e o cronograma aproximado do projeto.
Convocada pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), a cerimônia foi realizada no Salão Nobre da Universidade Metodista, no bairro Rudge Ramos. Além de contar com funcionários do Metrô, da consultoria Geotec — que elaborou o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) da Linha 20 — e autoridades, membros da sociedade civil puderam deixar sua contribuição.
Presentes na audiência, o deputado federal Alex Manente e a deputada estadual Carla Morando ressaltaram a importância da chegada do transporte sobre trilhos a São Bernardo. “Numa região como a nossa, é necessário fazer essa integração o mais rápido possível com a capital,” declarou Manente.
Carla Morando, por sua vez, lembrou a parceria com o governador Tarcísio de Freitas no processo de viabilização do projeto. “Seguimos lutando por esta obra que vai reduzir o tempo de deslocamento, descongestionando o trânsito e as linhas existentes e que se encontram saturadas e também vai trazer grande desenvolvimento para as regiões envolvidas,” disse a deputada. A parlamentar também cobrou que a compensação ambiental das obras fossem feitas nas regiões de mananciais do ABC.
Desapropriações da Linha 20 – Rosa
Luiz Antonio Cortez, gerente de planejamento do Metrô, iniciou a apresentação tratando sobre as desapropriações previstas para a construção das estações. “A gente sabe que é um tema que levanta muita preocupação e ansiedade na população,” declarou. Ele explica que o processo é feito através de um decreto de utilidade pública, depois do qual os munícipes no perímetro afetado são comunicados. O Metrô envia, então, um perito para avaliar o valor de mercado do imóvel — ao invés do valor venal.
Luiz afirma que, a partir do decreto de utilidade pública, o mercado imobiliário já se aquece nas regiões, elevando o preço dos imóveis, o que deve beneficiar os proprietários no processo. Ainda assim, aqueles que não concordarem com o valor oferecido podem contestá-lo e inicia-se um processo judicial. Os pagamentos das desapropriações são feitos à vista por meio de depósito bancário, o que permite uma rápida aquisição de um novo imóvel.
Benefícios da Linha 20 – Rosa
A demanda antiga pelo metrô no ABC é justificada pela grande capacidade deste modal de transporte e a significativa redução no tempo de deslocamentos. A Linha 20 conectará Santo André ao bairro da Lapa, na zona oeste de São Paulo, passando por outros como Pinheiros, Moema, Planalto Paulista e Saúde, até chegar ao ABC.
Em São Bernardo, são três estações nos bairros Taboão e Rudge Ramos. Santo André terá mais duas novas estações, localizadas nas avenidas Príncipe de Gales e Portugal, além da integração com a atual estação da CPTM Celso Daniel. A Linha 20 ainda conta com integração com outras nove — existentes e planejadas — do Metrô ou CPTM.
Além dos benefícios à mobilidade, são esperados um aumento na qualidade de vida da população no entorno — a redução no tempo gasto no transporte permite que as pessoas durmam mais, passem mais tempo com a família ou realizem outras atividades; geração de empregos, tanto durante as obras quanto após sua conclusão; e a redução da emissão de poluentes atmosféricos.
De acordo com o engenheiro do Metrô Epaminondas Duarte, se os benefícios forem convertidos para valores monetários, a queda nas emissões atmosféricas, o corte de custos operacionais e de manutenção de vias mais as reduções de acidentes e consumo de combustíveis representam uma economia atual de R$ 3,5 milhões.
Quando a Linha 20 – Rosa fica pronta
Com o anteprojeto de engenharia concluído, o Metrô agora está contratando o projeto básico da linha. As licitações da obra e a elaboração deste projeto devem ter início ainda este ano e podem durar até, aproximadamente, 2026. Neste período, é esperado que comecem também as desapropriações necessárias.
O projeto executivo e a implantação da linha estão previstos para começar em 2028 com conclusão em 2035. Em 2040, espera-se que, se todo o processo correr de forma ideal, ela esteja operando de forma integral em capacidade plena.