Descubra as fobias mais comuns que afetam a saúde mental
Psiquiatras destacam a necessidade de tratamento para evitar interferências na vida cotidiana
- Data: 12/03/2025 09:03
- Alterado: 12/03/2025 09:03
- Autor: Redação
- Fonte: G1
As fobias, distúrbios caracterizados por um medo intenso e irracional de determinadas situações ou objetos, representam um desafio significativo para a saúde mental. O quadro clínico é vasto e exige atualizações constantes por parte dos profissionais da psiquiatria, que frequentemente identificam novas formas de fobia que podem impactar o cotidiano dos indivíduos.
A psiquiatra francesa Margaux Dutemple destaca que algumas fobias são amplamente reconhecidas, como a claustrofobia, que se refere ao medo de espaços fechados, e a aracnofobia, o temor das aranhas. No entanto, existem outras que podem parecer incomuns, mas são igualmente incapacitantes, como a nomofobia – o medo de ficar sem o celular – e a ergofobia, que é o pavor do ambiente de trabalho.
Além dessas, há pessoas que enfrentam aversões a elementos cotidianos como micróbios, voos de avião e até mesmo tempestades. Algumas experimentam uma dificuldade emocional significativa em lidar com o fluxo incessante de informações provenientes da televisão, sites e redes sociais.
Esses medos podem resultar em uma “submersão emocional”, onde a capacidade racional do indivíduo é prejudicada. Margaux explica que o que distingue uma fobia de um medo comum é o nível elevado de ansiedade que ela provoca.
“O medo é uma reação emocional normal. Contudo, na fobia, essa emoção se concentra em um objeto ou situação específica, tornando-se uma patologia”, esclarece a psiquiatra.
Pacientes com fobias frequentemente adotam comportamentos de evitação para fugir de situações que possam induzir pânico. A médica observa que muitos buscam ajuda quando esses medos começam a interferir em suas vidas pessoais e profissionais. Um exemplo ilustrativo é o caso de uma mulher que deseja ter filhos, mas sofre de hematofobia – o medo do sangue – tornando-se ansiosa diante da perspectiva do parto.
Dutemple categoriza as fobias em diferentes tipos: algumas estão ligadas a objetos ou situações específicas, enquanto outras podem estar associadas a transtornos psiquiátricos mais amplos, como síndrome do pânico ou depressão.
Embora muitas fobias possam se desenvolver após eventos traumáticos, sua causa não é um fator determinante para o tratamento eficaz. A psiquiatra enfatiza que enfrentar esses medos através de exposições controladas em um ambiente terapêutico é essencial para a superação das fobias.
“Mesmo quando o tratamento começa tarde, existe uma boa chance de cura”, afirma Margaux. Por exemplo, um paciente com medo de alturas pode iniciar sua jornada terapêutica subindo em uma cadeira e progredindo lentamente para alturas maiores.
A abordagem terapêutica avança gradualmente; inicialmente são simuladas situações de leve desconforto, adaptando-se às reações individuais dos pacientes. O objetivo é reduzir a ansiedade ao longo do tempo, permitindo uma adaptação mais eficaz às situações temidas.
Margaux ressalta ainda que as fobias não causam problemas físicos graves, como hipertensão; os sintomas físicos associados ao medo — como sudorese ou taquicardia — são momentâneos. Estudos mostram que complicações cardiovasculares estão mais ligadas ao estresse crônico do que às reações imediatas provocadas por fobias.
Estima-se que cerca de 10% da população mundial sofra algum tipo de fobia relacionada à injeção com agulhas, evidenciando a prevalência dessas condições em diversas camadas da sociedade.

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