Desabamento da Ponte JK: Marinha suspende busca subaquática no Rio Tocantins
Operação continua com embarcações e equipamentos não tripulados
- Data: 02/01/2025 13:01
- Alterado: 02/01/2025 13:01
- Autor: Redação
- Fonte: Agência Brasil
Crédito:Bombeiros Militar/Governo do Tocantins
As atividades de busca e resgate no local do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, situada na BR-226 entre o Maranhão e Aguiarnópolis, Tocantins, foram temporariamente suspensas nesta quinta-feira (2), conforme anunciado pela Marinha do Brasil. As operações continuarão, porém, com o uso apenas de embarcações e drones aéreos.
A decisão de interromper os trabalhos subaquáticos foi justificada pelo Comando do 4º Distrito Naval devido à necessidade de abertura das comportas da usina hidrelétrica gerida pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste). Este procedimento é essencial para regularizar o volume represado em decorrência das recentes chuvas na região, que aumentaram a vazão do reservatório. O comunicado oficial esclarece: “Ao adotar esse procedimento, o Ceste pretende regularizar o volume represado”.
Anteriormente, a vazão da hidrelétrica havia sido reduzida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para garantir a segurança no armazenamento da água, possibilitando assim a continuidade das buscas.
Na quarta-feira (1º), as equipes se concentraram na recuperação de uma picape S-10 que se encontrava submersa a 42 metros de profundidade. Até o presente momento, foram confirmadas 12 mortes e cinco pessoas permanecem desaparecidas.
A Marinha do Brasil disponibilizou canais de comunicação para reportar qualquer situação que possa representar riscos nas vias navegáveis, tanto para a segurança das pessoas quanto para evitar poluição ambiental. Os cidadãos podem contatar os serviços de emergência marítima pelo telefone 185 ou pelos números 0800-098-8432 e (98) 2107-0121 da Capitania dos Portos do Maranhão.
Desabamento
A Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que cruzava o Rio Tocantins e interligava os estados do Maranhão e Tocantins, desabou no dia 22 de dezembro de 2024 durante o tráfego intenso de veículos, incluindo caminhões-tanque carregados com ácido sulfúrico e defensivos agrícolas.
Em resposta ao incidente, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) estabeleceu uma sala de crise para monitorar a qualidade da água no rio. Durante duas reuniões já realizadas, os órgãos ambientais envolvidos afirmaram que não houve alterações significativas na qualidade da água até o momento.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) notificou as empresas responsáveis pelas cargas dos caminhões acidentados para que realizem a remoção das substâncias submersas. Além disso, um monitoramento diário da qualidade da água está sendo feito devido ao risco potencial de contaminação do abastecimento hídrico local.
Investigação
A Polícia Federal está conduzindo investigações nas Superintendências Regionais do Maranhão e Tocantins para determinar as responsabilidades pelo colapso da ponte. Uma equipe composta por dois engenheiros civis e especialistas em perícia criminal e meio ambiente foi enviada de Brasília para apoiar as investigações.
Reconstrução
No dia 31 de dezembro de 2024, o Ministério dos Transportes anunciou que a empresa encarregada das obras de reconstrução da ponte já foi contratada emergencialmente, com um investimento previsto em R$171 milhões. O Consórcio Penedo-Neópolis ficará responsável pela execução das obras, com conclusão programada até dezembro de 2025.
Fabrício Galvão, diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, destacou que “a nova ponte contará com acostamento, passeio, ciclovia e será sete metros mais larga que a anterior”, enfatizando que o valor inclui demolição da estrutura atual, construção de novas fundações e melhorias nos acessos às duas cidades envolvidas.