Delator do PCC morto em aeroporto foi chamado de ‘psicopata’ por policiais presos
Investigação aponta possível envolvimento de policiais no assassinato de Antônio Vinícius Gritzbach, ocorrido em Guarulhos. Acusados negam ligação com o crime e com a facção
- Data: 03/02/2025 16:02
- Alterado: 03/02/2025 16:02
- Autor: Redação
- Fonte: Polícia Federal
Quatro policiais civis e 22 militares foram detidos em um desdobramento da investigação que apura o assassinato de Antônio Vinícius Gritzbach, ocorrido em novembro no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. As prisões foram reveladas pelo programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo.
Gritzbach, que foi apontado como um delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), descreveu seus algozes em depoimentos como “astutos”, “perigosos” e “psicopatas”. Ele havia sido preso em 2022, acusado de planejar a morte de um dos líderes da facção criminosa e posteriormente colaborou com as autoridades em um acordo judicial.
No decorrer das investigações, a Polícia Federal ouviu os policiais presos, que negaram qualquer envolvimento com Gritzbach ou com suas atividades criminosas. No entanto, evidências sugerem que eles faziam parte de uma organização criminosa atuando na zona leste da cidade.
Em seu relato à PF, Gritzbach alegou que ao entrar na viatura com o delegado Fábio Baena e o investigador Eduardo Monteiro, ambos começaram a se comunicar com outro policial conhecido como Bombom, cuja verdadeira identidade é Marcelo Souza. Durante a viagem, teriam feito referências a ganhos ilícitos, o que levantou suspeitas sobre suas atividades.
Movimentações financeiras suspeitas e possíveis extorsões
A investigação revelou que os agentes tinham um padrão de vida muito acima do que seria esperado para seus salários. O investigador Bombom, por exemplo, recebe R$ 12 mil mensais, mas movimentações financeiras em sua conta foram consideradas suspeitas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), totalizando R$ 34 milhões entre 2017 e 2022. Apesar das evidências, Bombom se defendeu alegando que não possui contas bancárias e que a quantia encontrada durante uma busca em seu apartamento – cerca de R$ 680 mil – pertence a um amigo e à sua sogra.
A PF também encontrou uma planilha em sua residência com 93 nomes relacionados a endereços e valores, possivelmente indicando extorsão contra comerciantes locais. As definições contidas na planilha sugerem atividades ilícitas, como casas de bingo e postos de combustíveis.
Os advogados de defesa dos policiais alegaram que a planilha não indicava práticas de corrupção, mas sim dados para futuras investigações. Em contrapartida, a PF investiga ligações entre os detidos e membros do PCC. O investigador Monteiro foi acusado de ter negociado valores com a facção para proteger Gritzbach das investigações criminais.
A morte do empresário continua sem esclarecimentos quanto ao mandante do crime. Em sua execução, ocorrida no dia 8 de novembro de 2024, foram identificados os atiradores como o cabo Denis Antonio Martins e o soldado Ruan da Silva Rodrigues, além do tenente Fernando Genaro como motorista dos assassinos. Até o momento, as autoridades não divulgaram informações sobre quem teria ordenado o assassinato.
A situação levanta preocupações sobre a corrupção dentro das forças policiais e a relação delas com organizações criminosas. A defesa dos policiais argumenta que as prisões são ilegais e arbitrárias, enquanto os desdobramentos da investigação continuam a ser monitorados pela sociedade e pelas autoridades competentes.

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