Brasil supera soja e se torna grande exportador de petróleo em 2024: Entenda os impactos
Com a crescente demanda global, o país amplia sua presença no mercado internacional e consolida o petróleo como principal produto de exportação.
- Data: 16/03/2025 16:03
- Alterado: 16/03/2025 16:03
- Autor: Suzana Rodrigues
- Fonte: FolhaPress
Em 2024, o Brasil atingiu um marco histórico ao exportar mais da metade de sua produção de petróleo, consolidando-se como um dos principais fornecedores globais. Esse avanço ocorre em um contexto de mudanças no mercado internacional, impulsionado pelas sanções à Rússia devido à Guerra da Ucrânia. Com a redução da oferta russa, países europeus buscaram alternativas, elevando a demanda pelo petróleo brasileiro.
De acordo com o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Ineep), o Brasil exportou 52,1% de sua produção total de petróleo ao longo do ano. A média diária de exportação chegou a 1,75 milhão de barris, um aumento de 10,1% em relação a 2023. Apesar desse crescimento, a produção nacional teve uma leve redução, ficando em 3,365 milhões de barris por dia.
Pré-sal impulsiona exportações e supera a soja
A ascensão do petróleo nas exportações brasileiras desbancou a soja como principal produto exportado pelo país. Especialistas apontam que essa tendência deve continuar à medida que novos campos do pré-sal entram em operação. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy, a entrada de novas plataformas pode elevar as exportações para até 2,4 milhões de barris por dia até 2025.
A Petrobras, maior produtora do país, acompanha essa expansão. Em 2024, cerca de três quartos dos 2,1 milhões de barris extraídos diariamente pela estatal foram destinados ao mercado interno, enquanto 554 mil barris foram exportados.
A China se consolidou como principal destino, absorvendo 42% das exportações da Petrobras e 37,6% do total exportado pelo Brasil. Já a Europa, em busca de alternativas ao petróleo russo, aumentou sua participação para 33%. Outros mercados de destaque incluem os Estados Unidos, Espanha, Holanda e Portugal.
Logística e desafios ambientais na expansão do setor
O petróleo do pré-sal, classificado como médio sulfuroso, possui uma composição atrativa para refinarias e um diferencial ambiental: sua extração apresenta menor pegada de carbono em comparação com a média global.
A Petrobras tem investido em logística para otimizar a exportação, com terminais em São Sebastião (SP), Angra dos Reis (RJ) e Porto do Açu (RJ), além de testes com novas tecnologias de abastecimento no mar para reduzir custos e emissões.
O crescimento das exportações, no entanto, gera debates sobre o impacto ambiental. Organizações ambientais argumentam que o Brasil poderia reduzir sua dependência da exploração de novos campos se priorizasse o mercado interno. Em resposta, a Petrobras defende a produção nacional, destacando que, sem o petróleo brasileiro, países recorreriam a fontes mais poluentes.
Enquanto o setor segue expandindo sua presença global, investimentos em infraestrutura e novas estratégias logísticas prometem consolidar o Brasil como um dos principais players do mercado de petróleo nos próximos anos.

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