Apenas 22% das equipes de futebol feminino são dirigidas por mulheres
A FIFA lança relatório sobre futebol feminino, destacando a baixa representatividade e propondo iniciativas para inclusão e qualificação de mulheres no esporte
- Data: 18/03/2025 08:03
- Alterado: 18/03/2025 08:03
- Autor: Redação
- Fonte: FIFA
A FIFA lançou a quarta edição de seu relatório global sobre o futebol feminino, que vem sendo produzido desde 2021. O documento revela uma preocupação significativa com a baixa representatividade feminina nas ligas de futebol ao redor do mundo, onde apenas 22% das equipes são dirigidas por mulheres. O Brasil se torna um foco especial neste contexto, especialmente em virtude da Copa do Mundo feminina programada para 2027.
O objetivo central da entidade é promover um ambiente mais inclusivo e menos hostil para as mulheres que atuam no esporte. Para isso, a FIFA destaca a importância de aumentar as oportunidades de qualificação para treinadoras e propõe um debate mais profundo sobre as metodologias do futebol feminino. A entidade sugere que as ligas e clubes devem implementar trajetórias claras de formação e suporte, criando um caminho acessível para que mulheres se tornem árbitras, treinadoras e parte das equipes administrativas.
O relatório menciona ainda o Programa de Desenvolvimento do Futebol Feminino da FIFA, que inclui iniciativas como a Mentoria de Treinadores e a Bolsa de Educação de Treinadores, fundamentais para que profissionais obtenham as qualificações necessárias. Além disso, programas como o Capacitação para Administradores visam treinar tanto homens quanto mulheres nas associações regionais, enquanto o Programa de Liderança de Mulheres no Futebol busca aumentar a representação feminina em posições decisórias dentro do esporte.
Ao analisar a Série A1 do Campeonato Brasileiro Feminino, o relatório revela que apenas quatro treinadoras estão à frente dos 16 clubes da elite nacional: Jéssica de Lima (Ferroviária), Camilla Orlando (Palmeiras), Thaissan Passos (Grêmio) e Regiane Santos (Sport). Camilla Orlando, por sua vez, fez história ao levar o Palmeiras à conquista do campeonato paulista.
Na análise global, a pesquisa abrangeu 86 ligas e 669 clubes, mostrando um crescimento significativo em comparação com edições anteriores que contemplavam 34 ligas e 316 clubes. No cenário brasileiro, destacou-se o público registrado na final da Supercopa feminina de 2023, que atraiu 33.175 espectadores. Comparativamente, no contexto europeu da temporada 2023/2024, o Brasil ocupa a segunda posição em termos de público em um único jogo, atrás apenas da Inglaterra, cuja partida entre Arsenal e Manchester United teve 60.160 torcedores presentes.
O relatório também trouxe à tona dados preocupantes: apenas 9% das ligas femininas no mundo utilizam o VAR (árbitro assistente de vídeo). No Brasil, essa tecnologia é empregada a partir das quartas de final do Campeonato Brasileiro A1 desde 2024 e seguirá na próxima edição em 2025. Além disso, cerca de 42% dos árbitros atuantes nos jogos são mulheres.
A FIFA considera essencial realizar diagnósticos e estudos contínuos sobre o futebol feminino como forma de identificar soluções para os desafios enfrentados por este segmento. Ao longo da semana, mais análises e conclusões do relatório serão apresentadas no blog da entidade.

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