BB Previdência estima Selic mais próxima de 14,25% ao final de 2025
Fundos de pensão podem se beneficiar dos rendimentos elevados na renda fixa, avalia Ginne Siqueira Diniz, Superintendente de Investimentos da empresa
- Data: 19/03/2025 20:03
- Alterado: 19/03/2025 20:03
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: BB Previdência
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros a 14,25% ao ano está ancorada no forte aumento da inflação e na expectativa de índices ainda maiores nos próximos 12 meses, puxados pelo aumento da demanda associado à expansão fiscal e à atividade econômica aquecida, analisa Ginne Siqueira Diniz, Superintendente de Investimentos da BB Previdência, empresa de previdência complementar fechada que faz parte do conglomerado Banco do Brasil.
“Por causa desse cenário persistente, o Banco Central já havia sinalizado, em dezembro, que o ciclo de altas iria levar a taxa a pelo menos três aumentos consecutivos de 1 ponto percentual. Este foi o terceiro”, diz Ginne, observando que a BB Previdência acompanha as projeções de juros e da dinâmica de preços do mercado.
No Boletim Focus mais recente, os especialistas projetam a Selic em 15% ao final de 2025, um aumento de 0,75 ponto percentual em relação à taxa anunciada nesta quarta-feira, 19 de março. “Conforme a resposta dos índices de preços, o Banco Central pode decidir não elevar tanto a taxa nas próximas reuniões. A BB Previdência projeta a Selic no intervalo de 14,25% e 15%, com expectativa de um percentual mais próximo a 14,25% ao final de 2025”, estima Ginne.
A inflação registrada em fevereiro foi a maior para o período desde 2003, resultado, principalmente, dos aumentos nas tarifas de energia elétrica e nos preços dos alimentos – afetados, especialmente, por impactos da crise climática na produção agropecuária e por exportações deste setor. No acumulado entre março de 2024 e fevereiro de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou uma alta de 5,06%, bem acima da meta, de 4,50%, e distante do centro da meta, de 3%. O Boletim Focus projeta a inflação em 5,66% ao final deste ano, e em 4,48%, em 2026.
Os primeiros sinais de arrefecimento dos fatores que pressionam o Copom a elevar os juros estão vindo das perspectivas do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o comportamento do câmbio, que também pressionam a inflação. As previsões caíram levemente no último Boletim Focus, com o PIB encerrando 2025 em alta de 1,99%, e o dólar finalizando o ano cotado em R$ 5,98.
Pressão externa
Ginne observa que a manutenção no mesmo patamar elevado da taxa de juros nos EUA, na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, anunciada também nesta quarta-feira pelo Federal Reserve, e as políticas tarifárias do governo de Donald Trump são outros fatores que impactam a economia brasileira.
“A principal variável que transmite as mudanças na política econômica americana é a taxa de câmbio. A taxa de juros elevada nos EUA pode implicar em mais desvalorização do real e elevação nos preços de bens importados, causando inflação. As políticas de tarifas têm impacto incerto, uma vez que podem afetar as cadeias de produção internacionais de forma complexa, podendo tanto elevar os preços de produtos internacionais quanto enfraquecer o dólar e baratear importações”, explica a Superintendente de Investimentos da BB Previdência.
Como a Selic pode impactar os planos de previdência
O aumento da Selic tem implicações diretas nos investimentos administrados pelas empresas de previdência complementar, que têm grande parte dos ativos atrelada à renda fixa. “Taxas de juros elevadas tornam os títulos mais atrativos, uma vez que oferecem retornos superiores. No entanto, a precificação desses ativos pode sofrer volatilidade no curto prazo, criando oportunidades para alocações mais estratégicas. Já a renda variável tende a enfrentar maior pressão, pois o custo de capital para as empresas aumenta, reduzindo sua capacidade de investimento, competitividade, lucratividade e impactando negativamente os preços das ações”, ressalta.
Para Ginne, embora o cenário seja desafiador, ele abre espaço para ajustes nas carteiras de investimentos dos fundos de pensão, que podem se beneficiar da diversificação entre renda fixa e variável, aproveitando tanto os rendimentos elevados dos títulos quanto eventuais oportunidades no mercado acionário. “A BB Previdência reforça a importância de uma gestão ativa, alinhada às suas Políticas de Investimento e às condições econômicas para mitigar riscos e maximizar retornos. O momento exige cautela e estratégia, com foco em aproveitar as oportunidades geradas no cenário econômico.”

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