Musculação reduz risco de demência em idosos, revela estudo da Unicamp

Atividade física melhora memória e saúde neuronal

  • Data: 18/03/2025 07:03
  • Alterado: 18/03/2025 07:03
  • Autor: Redação
  • Fonte: Unicamp
Musculação reduz risco de demência em idosos, revela estudo da Unicamp

Atividades físicas

Crédito:Arquivo/Agência Brasil

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Praticar atividades físicas pelo menos duas vezes por semana não só contribui para o aumento da força e da massa muscular, mas também pode desempenhar um papel crucial na proteção do cérebro de idosos contra demências. Essa é a conclusão de um estudo publicado na revista GeroScience, coordenado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

O estudo contou com a participação de 44 indivíduos que apresentavam comprometimento cognitivo leve, uma condição que se situa entre o envelhecimento normal e o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Os participantes foram organizados em dois grupos: um deles se dedicou a sessões de musculação duas vezes por semana, enquanto o outro grupo não praticou exercícios durante a pesquisa.

Os resultados obtidos ao final do período de intervenção mostraram que os voluntários que se envolveram na prática de musculação apresentaram melhorias significativas na memória episódica verbal, além de uma maior integridade neuronal. As áreas do cérebro associadas à doença de Alzheimer mostraram-se protegidas contra a atrofia, ao contrário do grupo que não se exercitou, que demonstrou deterioração nos parâmetros cerebrais.

A pesquisadora Isadora Ribeiro, primeira autora do artigo, destacou: “Já era conhecido que a atividade física traz benefícios para a saúde física e cognitiva. No entanto, nosso objetivo foi investigar como a musculação afeta o cérebro de idosos com comprometimento cognitivo leve. Os resultados evidenciam a importância da prática regular desse tipo de exercício, especialmente para essa faixa etária”.

De acordo com Isadora, a musculação pode oferecer proteção ao cérebro em dois aspectos principais: estimulando a produção do fator de crescimento neural, uma proteína essencial para o desenvolvimento e manutenção dos neurônios, e promovendo um efeito anti-inflamatório em todo o organismo.

Ela também comentou sobre os resultados impressionantes observados no estudo: “Os participantes que realizaram musculação apresentaram não apenas melhorias na memória, mas também mudanças favoráveis na anatomia cerebral. Notavelmente, cinco pessoas do grupo ativo terminaram o estudo sem o diagnóstico clínico de comprometimento cognitivo leve, tamanha foi a evolução. Isso sugere que programas de treinamento prolongados, com duração de três anos ou mais, podem ter o potencial de reverter esse diagnóstico ou pelo menos retardar a progressão da demência”.

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  • Data: 18/03/2025 07:03
  • Alterado:18/03/2025 07:03
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