Cursinhos populares transformam vidas de estudantes
Veja histórias inspiradoras de alunos que conquistaram a universidade com apoio comunitário
- Data: 10/02/2025 21:02
- Alterado: 10/02/2025 21:02
- Autor: Redação
- Fonte: G1
Os cursinhos populares têm se mostrado essenciais para muitos estudantes do Alto Tietê que sonham com o ingresso em universidades públicas. Alunos que participaram dessas iniciativas destacam a importância das aulas gratuitas, que se tornaram um verdadeiro trampolim para suas carreiras acadêmicas.
Um exemplo notável é o Cursinho Popular Maio de 68, fundado em 2017 em Mogi das Cruzes. A instituição oferece aulas voltadas exclusivamente para alunos da rede pública, com o objetivo de prepará-los para os vestibulares. Neste ano, o cursinho abrirá suas portas para 60 novos estudantes, conforme informações de Renan Castro, coordenador do projeto.
“Contamos com 15 professores voluntários, atuando em diversas disciplinas como matemática, física, química, história e redação”, explicou Castro. Além das aulas, esses educadores frequentemente contribuem financeiramente com o funcionamento do cursinho, que depende do apoio de amigos e uma rede de colaboradores estabelecida ao longo dos anos.
A sustentabilidade financeira do projeto é um desafio constante. Com custos mensais estimados em R$ 6 mil, incluindo aluguel e despesas operacionais, a busca por novos ‘padrinhos’ e ‘madrinhas’ é contínua. Desde sua criação, o cursinho já atendeu aproximadamente 700 alunos, com mais de 150 aprovações em instituições de ensino superior.
Leonardo Alves Fernandes, de 22 anos, é um dos ex-alunos que conseguiu ingressar na Universidade de São Paulo (USP) após frequentar o Maio de 68 por um ano. Para ele, a experiência no cursinho foi transformadora: “Sem essa oportunidade, eu nunca teria acreditado que seria possível entrar na universidade”.
Outro testemunho significativo vem de Maria Laura Barbosa e Siqueira, também aprovada na USP após seis meses de preparação no cursinho. “O Maio de 68 foi crucial não apenas pelo conhecimento teórico, mas pelas amizades e pela nova perspectiva que me proporcionou na vida acadêmica”, afirmou. Ela agora planeja retornar ao cursinho como professora de sociologia.
Leonardo também se juntará à equipe docente do cursinho este ano. “É incrível fazer parte desse projeto que tem o poder de mudar vidas. Estou animado para contribuir!” disse ele.
Na cidade vizinha de Poá, a Uneafro Brasil do Núcleo 11 de Agosto celebra seus 25 anos de atuação no setor educacional. Desde sua fundação em um contexto onde o acesso às universidades era ainda mais restrito, a iniciativa já ajudou mais de 1.500 alunos a ingressarem no ensino superior.
Clayton Belchior, um dos coordenadores do cursinho, enfatiza a importância do apoio da comunidade: “Atualmente não recebemos auxílio governamental e dependemos inteiramente da colaboração voluntária e das doações”.
Rafael Toshitaro Somenzari Takemae, um ex-aluno aprovado em Psicologia na USP, destaca como o cursinho lhe proporcionou não apenas conhecimento teórico, mas também uma valiosa rede de apoio social e político. Para ele, a aprovação foi uma conquista surpreendente e significativa.
Joaquim Brandão Ferreira também celebrou seu sucesso ao ser aprovado em Geografia na USP. Ele reconhece que o cursinho mudou sua visão sobre as possibilidades acadêmicas para pessoas da periferia. “Aprendi que posso ocupar esse espaço”, afirmou Joaquim.
As inscrições para novas turmas no Cursinho Popular Maio de 68 estão abertas. Interessados podem acessar as redes sociais do projeto para mais informações. Assim como a Uneafro Brasil, que também está recrutando alunos e professores voluntários para fortalecer ainda mais sua missão educacional.

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